Seia muito bom se fosse simples, se o amor fosse um cálculo aritmético ou um checklist. Bonito - check; Alto - check; ombros largos - check; gosta de criança - check; solteiro - check... Ou algo como: bonito + alto + ombros largos + afeição por criança... = amor. Mas não, não é. Ele é todo enrolado.
Você pode esbarrar com alguém que preenche todos os requisitos do seu checklist e que ainda acha você a pessoa mais fantástica do mundo e (pffff) num sentir nada, não acelerar o coração. Você pode cruzar com alguém aparentemente nada a ver com você, nem bonito, nem alto, nem carismático, meio machista, meio metido, que olha para você com certa frieza e (pa pum) cair de amores. Você pode estar com sono, descabelada, suada, de mau humor e o amor simplesmente sentar do seu lado no bandejão. Ou sair produzidíssima, toda trabalhada na maquiagem MAC, para um balada e a coisa toda acontecer no meio da iluminação frenética. Vai saber!
Renato Russo costumava dizer que não existe razão nas coisas feitas pelo coração. E num é? num é? Não existe mesmo. Às vezes, a gente tá super distraído, cansado até de procurar, ou, como eu, sem saber como começar, como destravar. Às vezes, a gente tá na caça, na luta, na guerra, como dizia minha avó, escacaviando cada lugarzinho atrás de. Mas a verdade, em assuntos do coração, é que não há regra, não há cálculo, não há "modus operandi" para que a coisa aconteça. O amor acontece quando acontece e nem adianta estrebuchar, sapatear no chão e fazer birra.
O melhor de tudo é que, quando a gente encontra, acabam as equações, as estratégias, os esquemas, os cálculos, o checklist... Não tem mais freio de mão puxado, nem paraquedas reserva. Não tem mais mureta de proteção, armadura ou máscara capaz de encobrir ou evitar o sentimento. Como diz a letra da canção, por ser amor, invade e fim.
2 comentários:
Isso, Marcele.
To sentindo que os tambores estão rufando. Espero que logo você possa contar como uma história lindona aconteceu.
Torcendo tb!
Beijo
Kézia
Tomara, querida, que os tambores estejam mesmo rufando, porque tenho precisado acelerar um pouquinho esse coração que quase morreu no ano passado.
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