Vi a cena de uma mãe que pulava e gritava ao receber a notícia da morte do filho e entendo. Entendo porque eu sei que a sensação é de que a dor não cabe dentro, de que o corpo vai explodir e se tornar milhares de pedaços espalhados pelo chão. A sensação é insuportável, o vazio, o buraco são muito maiores do que se é capaz de conceber. O que grita por dentro é ensurdecedor e o grito da mãe, o choro convulsivo, a sensação de desfalecimento, acreditem, é mínima perto do que realmente se sente.
Eu assisto estarrecida ao noticiário nacional e passo mal, choro também, choro pelas vidas partidas, pelas famílias destruídas, pela dor dos outros que é minha também. Eu revejo as cenas e me revolto com essa fragilidade, com a atrocidade e com a loucura do indivíduo. Eu olho para TV e, entre as lágrimas do meu pranto silencioso, eu me reconheço naqueles rostos curtidos pela dor. Eu não sei mais ficar indiferente e sofro.
Não dá, não deu para não falar disso. E, apesar desse blog ter por objeto os melhores momentos da minha vida, hoje o dia amanheceu cinza dentro de mim.
5 comentários:
Cele:
"Pula essa parte da história, por favor!" Seria tão bom se pudéssemos fazer com a vida o que fazemos com os filmes, não é?
Quase não escrevo o texto da blogagem coletiva. Mas saiu.
A nossa participação tá aqui ó:
http://diariodos3mosqueteiros.blogspot.com/2011/04/maternidade-real-mae-pode-querer-ser.html
Bjos e bençãos.
Mirys
Não é necessário perder alguém para ser sensível a dor dos outros... Isso é ser empático, não, viuvo.
Não é necessário perder alguém para ser sensível a dor dos outros... Isso é ser empático, não, viuvo.
Aqui também, Cele???
Como vi em algum lugar, essa tragédia deixou 12 mortos e 190 milhões de feridos.
Beijos querida. Parabéns por se mostrar.
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