sexta-feira, 29 de abril de 2011

Amor bom

Amor bom, amor que pinta de azul o céu cinza dos problemas mais cascudos; amor que abraça porto seguro quando as lágrimas caem; amor daqueles que trazem flores para alma e eletricidade para o corpo; amor de fazer suspirar e marejar os olhos; amor que preenche a vida e envolve todos os sentidos; amor assim entrega-devoção-paixão; amor bom é amor difícil. É preciso que haja algumas dificuldades, um quiprocó, uma inquietação, uma aura de dúvida para que depois tudo dê certo no final e a paz que só o amor é capaz impere e a sensação de merecimento surja. Amor bom tem que ser lutado, conquistado, suado. Se vem simples, sem problemas, sem obstáculos, a gente desconfia, acreditando piamente no ditado popular que diz que "tudo que vem fácil, vai fácil". Amor bom tem que demorar para ter lugar, tem que ser decorrente de uma luta inglória que redima todos os pecados e exima as culpas vãs. Amor bom tem que ter lágrimas tolas, reconciliações instantâneas, pequenos desentendimentos que pareçam bombas atômicas na relação e que, no fundo, sejam apenas entreveros travados por dois corações que se querem demais. Amor bom é amor complicado, cujas discussões beirem a irracionalidade e cujas pazes aqueçam o coração, a alma, a vida e façam do inverno mais frio de todos os tempos o verão cearense. Amor bom é amor que dói para só então abrandar, que machuca para curar, que vem tsunami e depois se torna piscininha natural. Amor bom não pode chegar morno, mais ou menos, casual; tem que vir avalanche, inundação, curto-circuito dos sentidos, desacordo dos nervos. Tem que chegar amolecendo o corpo e cambaleando as pernas. Amor bom é aquele que derruba com um soprinho ao pé do ouvido as grades, os muros, as fortalezas de proteção que construímos em torno de nós mesmos. Amor bom é como quando se encontra a solução para um problema complicado de física quântica e então, todas aquelas incógnitas e operações matemáticas passam a fazer todo sentido e ele é simples, é muito claro, é muito óbvio: a gente está aqui é para isso mesmo, para amar.

2 comentários:

Idê Maciel disse...

O comentário anônimo fui eu... veja esse link aqui:
http://www.mpbnet.com.br/musicos/sueli.costa/index.html

Mirys Segalla disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Esse post me lembrou a Miriane adolescente, com amores impossíveis, declarações exageradas, reconciliações cinematográficas!!! kkk

Preciso voltar às origens...

Bjos e bençãos.
Mirys
www.diariodos3mosqueteiros.blogspot.com