segunda-feira, 4 de abril de 2011

Sobre o que a gente só sabe sentir.

É como o primeiro dia de férias, quando a gente acorda sobressaltada achando que perdeu a hora e relaxa entendendo que não, que nem precisa levantar. É como se, a cada encontro furtivo, ficasse a sensação de que se tem todo tempo do mundo, mesmo sem ter. É como se o tempo parasse no instante em que o olho de um alcançasse o outro. É como um fim de semana inteiro de "dolce far niente", esparramado na cama, com uma preguiça gostosa de sentir. É uma paz no coração, é uma leveza na alma, é um gostinho doce e bom que demora a sair da boca. É a sensação de pertencer, de estar em casa, de poder dividir qualquer coisa: a que dói mais, a que envergonha mais e a que arranca gargalhadas também. É vontade de mais, muito mais. É ansiedade pelo encontro, pelo abraço apertado, pelo beijo demorado, pelo ombro, pela mão. É um querer para ontem. Não, para antes de ontem. Assim mesmo: urgente, intenso, viciante, como só as melhores coisas são capazes de ser. É sentir carinho na voz, é sentir muito perto, é construir intimidade, ainda que alguns milhares de quilômetros distancie. É investir pesado na imaginação, é verborragia, é viver sem fronteiras e, mesmo assim, sentir fisicamente o peso da falta. É se sentir impotente muitas vezes e doer por não poder segurar a mão em silêncio. São palavras que piscam no monitor e no visor e fazem o coração sair do ritmo. É presença, é rotina, é companhia, é o melhor de cada dia. É saudade, amizade, contagem regressiva, dengo. É o tipo de coisa que é difícil definir, é difícil de explicar, mas que a gente sabe desde sempre sentir.

Um comentário:

L@N disse...

Oi querida, estou de blog novo e tbm te seguindo

beijos no coração

LAn