terça-feira, 26 de abril de 2011

Bem poderia ter sido escrito por mim

"Vem cá, deixe esse sol de lado, do lado de fora, longe de nós. Fecha essa cortina, esquece esse mar, me bastam as ondas de calor aqui dentro provocadas pelo teu olhar convidativo. Deixa esse papo de praia, a gente fica aqui, vamos brincar de infinito, vai ser só você e eu. A gente fica, pra gastar as horas do dia, debochar dessa tarde luminosa, embalados pelo "dolce far niente". Tem um despertador atrasado, uma agenda de folhas arrancadas, tem beijos intermináveis e dois corações com saudade de amar aqui dentro. Pra quê sair daqui? Esquece lá fora. O que tem se já passou do meio dia, se está tudo fora de lugar, se a gente esqueceu o pote do - agora ex sorvete - ao pé da cama, se só tem pizza gelada pro almoço, e se o almoço já virou jantar? Eu quero mais é que o tempo se arraste, que o sol se renda ao seu espetáculo mais bonito e o céu se encha de cores místicas entrando pelas frestas da janela, enfeitando nosso cenário, anunciando a chegada de uma noite certamente curta pra nós dois, que é quando percebo que eu preciso de mais de vinte e quatro horas diárias pra gastar contigo, eu preciso de mais ar pra respirar o bem que a tua companhia me faz. Mais suas mãos pelas minhas costas como promessas anti-estresse e mais memória pra eternizar suas expressões de décimas quintas intenções a cada movimento que faço brincando de dançar sem música, a cada pedido seu de que eu fale sobre meus planos para a madrugada anunciada por nossas mãos que não se descruzam um segundo sequer. Te digo, seriam dispensáveis palavras. No meio de um dia tão claro, o mundo parece parado quando você repousa os olhos nos meus, parecendo querer decorar os tons da minha íris, pondo o meu cabelo atrás da orelha, negando dizer o que pensa quando fica assim, só me olhando com o sorriso mais malemolente dessa estação de 40 graus escaldantes. E entre tantos e tantos beijos e olhares duradouros,  jurava que assim tão de perto, fosse certo, que estivesse entregue todas as minhas idéias pra nós dois. Sair pra quê, tá quente lá fora e melhor, bem melhor aqui dentro. Mas se eu preciso te falar, faço assim, musicada. Estico meus braços, alcanço teu som, aumento o volume e canto pra você o refrão de: "deixa o verão." Dispensáveis palavras. Minha boca calada, colada na sua, responde por mim: boicote ao verão. Então, deixa, deixa o verão, deixa o verão pra mais tarde."  (Yohana Sanfer)

3 comentários:

L@N disse...

Somos ultrapassados por nossa pressa. Só percebemos o amor a tempo de lembrá-lo, só descobrimos que era a última chance depois de perdê-la, só aprendemos depois que os erros foram cometidos, que as oportunidades passaram, que os anos foram estampando nosso rosto. Beijaríamos mais doce se soubéssemos que aquele seria o último beijo, gravaríamos a expressão do riso, o som do riso, a leveza do riso, o porque do riso. Amaríamos mais quem nos importa do que nosso egoísmo.

Amaríamos mais e apenas isto nos salvaria de uma vida comum

PENSE NISTO.

Beijos L@N

Anônimo disse...

Eu quero isso tb...Mas tá ruim agora...Amei.

Lidiane Dantas

Mirys Segalla disse...

Cele: Mari:

Tô passando pra avisar que, semana que vem, tem mamarazzi week!!!

http://diariodos3mosqueteiros.blogspot.com/2011/04/mamarazzi-week-preparem-se-diario-da.html

Desta vez, você participa???

Bjos e bençãos.
Mirys