sexta-feira, 29 de julho de 2011

A coisa mais bonita

A coisa mais bonita que o amor pode fazer é fechar as cicatrizes que se carrega na alma, é pintar de arco-íris cada um dos dias cinzas, é fazer redescobrir que a vida vale a pena. O amor, em silêncio ou aos gritos, suave como a brisa ou como tsunami-vendaval, prepara o coração para viver de novo, para bater acelarado e acalmar numa quase-morte. O que aconteceu até o momento do seu encontro, parece sempre que foi preparação, como se a dor passada, o amargo do sofrimento e a cicatriz que lateja fossem pré-requisitos para o deslumbre do presente, o doce dos beijos e as palpitações de alegria. A coisa mais bonita que um novo amor pode fazer é receber o que lhe é dado sem exigências, sem garantias, sem cláusulas compromissórias, sem que-tais; é oferecer abrigo para enxurgar o corpo molhado de tantas lágrimas e tempestades desaguadas pelo caminho. O amor acolhe o cansaço, o pesar, os abismos e as confusões e transforma em vontade de viver, felicidade, sorrisos e detalhes tão pequenos de nós dois. O amor junta todos os pedaços em que se foi despedaçado e faz obra de arte dos caquinhos, cola tudo com destreza, beleza e segurança e, assim, dá brilho à opacidade da desilusão. O amor devolve o fôlego quando a gente acha que não suporta mais um passo sequer, faz com que a luz alcance os olhos mesmo na maior escuridão. O amor devolve a esperança na vida, no homem, no futuro melhor. O amor é capaz de segurar o mundo inteiro em suas mãos só para que o ser amado se sinta seguro. O amor é capaz de atravessar todas as pontes só para que o encontro se faça possível, só para um instante por nós dois. O amor é a liberdade de se prender a quem se quer, da forma que se quiser, respeitando o espaço-tempo-jeito do outro. A coisa mais bonita que o amor tem é essa sensação de infinitude, de inesgotabilidade, de eternidade e a maior lição que ensina é que carregar cicatrizes como estampa é motivo de orgulho . Sinal de que se viveu, sinal de que se tentou, sinal de que as fichas foram apostadas, de que as cartas desceram à mesa.  Que não seja imortal, posto que é chama. Mas que seja infinito enquanto dure. Antes, sempre e tanto e um pouco mais.

2 comentários:

Evanir disse...

Conhecendo seu blog hoje..
Sua postagem é belissima.
Falar de amor é sempre bom demais.
Já estou seguindo você beijos e beijos meus,Evanir,

Isabelle disse...

Marcele, muitoo lindo!!
O amor renova a casa mesmo e faz tudo valer a pena...:)
Beijo!