domingo, 31 de julho de 2011

A certeza da reciprocidade


Eu disse no Facebook que não tinha nada a falar da foto. Disse que este momento de olhos nos olhos falava por si. Mentira. Quando vi uma amiga comentar que foi ensinada a não esperar reciprocidade e que descobrira a maravilha de ser amada, eu entendi que era disso que eu deveria falar ao publicar essa imagem.

Depois do janeiro trágico, como mecanismo de consolo, muitas pessoas disseram que eu deveria me sentir feliz por ter vivido esse amor. Disseram que tem gente que passa a vida inteira e não tem a sorte do encontro.  Depois que ele se foi, muitas pessoas vieram me falar da certeza que tinham de que eu era o amor da vida dele, do quanto ele era apaixonado por mim, do quanto ele me amava. E, até aquelas pessoas que torceram o nariz quando a gente voltou, falaram repetidamente que entendiam então porque ele me escolhera: porque eu sou forte, porque eu aguento o tranco, porque ele não podia confiar em mais ninguém. Amigos e parentes disseram inclusive que acreditavam que ele me amava muito mais que eu a ele - o que eu acho imponderável, porque não há medida no amor.

Das pouquíssimas certezas que eu carrego nessa vida, uma é essa: eu fui mesmo a mulher e o amor da vida do Thiago e essa foto expressa exatamente isso. Algumas pessoas passaram na vida dele e na minha também, estiveram momentaneamente com ele e comigo também; mas no fundo, no fundo, a gente sabia (eu e ele sabíamos) que a nossa história era muito maior que tudo aquilo, maior que as outras pessoas que cruzaram os nossos caminhos, maior que a distância Brasil-Alemanha. E foi justamente quando a gente voltou que eu decidi não querer merecer mais nenhum outro lugar que não aquele ao lado dele.

Eu tinha CERTEZA do AMOR. Eu tinha certeza da profundidade, imensidão, reciprocidade dele. Depois que você vive uma história assim, não dá mais pra se conformar com qualquer coisa que não seja recíproca. Depois que você descobre a maravilha que é ser amada, o que a minha amiga Aluska também descobriu e alardeou via Facebook, não dá mais para simplesmente não esperar reciprocidade. Ainda vale a pena amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque não se sabe se realmente haverá. Porém, acreditem em mim, é muito melhor, mais profundo, mais feliz, mais lindo, mais inteiro, mais verdadeiro, mais sensorial, mais inesquecível quando é recíproco.

7 comentários:

Maris disse...

Oi Marcelle! Quase nunca comento aqui, mas queria dizer que leio sempre!!! Fico muito feliz de ver que vc tá indo bem, em ver a carga crescente de esperança (esperança na felicidade) que emana dos seus textos. Texto lindo, como sempre. Foto linda. Olhares lindos. A cumplicidade é tão grande que transborda da foto.

Beijos nos pequenos,

Marília

P.S.: Amei o nome do blog novo. Faz aparecer um sorriso no rosto. Já tive essa sensação. Pode ter certeza (não passei por nada nem perto do que vc passou, mas já tive minha carga de sofrimento, como quase todo mundo já teve ou terá na vida), realmente não chove para sempre...

Moni S. disse...

Entend perfeitamente. Beijo.

Aluska disse...

Mamá, eu nem sei o que dizer. Seus textos sempre tocam um canto da alma que tava quietinho e me dão uma força que estava adormecida e eu nem sabia que existia pra seguir em frente com ainda mais força e perseverança. Porque se o seu amor não sucumbiu à distancia Brasil-Alemanha, eu sei que o meu também não vai com a distância Brasil-Inglaterra.

Selma disse...

Verdade verdadeira!
Linda foto Marcele!
Beijos!

Stranger disse...

chorei.

Mirys Segalla disse...

Assino embaixo!
E, graças a Deus, também tive a sorte de viver um amor assim... intenso, lindo, apaixonado e recíproco!

Estou com saudades de conversar com você, minha amiga!

Bjos e bençãos.
Mirys
www.diariodos3mosqueteiros.blogspot.com

PS: Mulher, vai rolar o "mamarazzi week", lá no Diário, nessa semana. É super simples: 1 foto por dia, da mãe COM os filhos, e muitas recordações para guardar para sempre!!! Participa com a gente?

Isabelle disse...

Como já disseram acima, o olhar transborda a foto....Isso é coisa pra guardar a vida toda, um orgulho saudável de ter vivido algo tão bonito!
E que venham coisas mais lindas pra você, Marcele!
Beijo