quarta-feira, 1 de junho de 2011

Em paz

É do seu cheiro que meu corpo se embriaga. É o seu gosto que gosto de sentir na ponta da minha língua. É no seu corpo que eu enrosco o meu e me perco num frisson de arrepios, devaneios e espamos que só com você eu consigo sentir. É quando eu me perco de mim em você que eu me encontro. É quando toca no mais profundo de mim que eu vivo. É quando encosta em mim inteiro que os eclipses acontecem. É quando nossas almas se tocam que se sente a represa jorrar. É nesse momento, de quase morte, de quase perda dos sentidos, de total entrega, de osmoze que eu descubro o quanto amo você, que eu esperava esse momento de ser sua há muito, que ansiava pelo seu toque desde antes de ouvir sua voz. E passado o êxtase, eu entendo que é por isso que a Terra gira em torno do seu eixo e ao redor do sol, é para isso que o tempo corre e o tempo não para, é só para que esse encontro pudesse acontecer. Eu descubro que é nesse espaço-tempo ao seu lado que eu quero viver/morrer e é só no seu ombro, com o nariz encostado na curva do seu pescoço, que meu corpo descansa em paz.
 
(Thais Racnela)

2 comentários:

Violeta disse...

Lindo, lindo, lindo.

Naina disse...

muito bonito mesmo.