sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Confissão

A esperança sempre me moveu para frente. A fé de que havia coisas boas esperando por mim, o brilho no olhar de quem está caminhando com a certeza de que vai encontrar o que há de melhor e com a sensação de que a história que se está construindo é linda e única. Há em mim um otimismo permanente e a filosofia de que tudo só vale a pena se for para fazer feliz.

Pois bem, depois do janeiro trágico esses dias de fim de ano, de balanço e de reflexão me deixam para baixo, tonta, meio descrente e com a sensação de solidão e vazio. O coração fica minúsculo, um peso nas costas, um aperto no peito que me impede de inspirar profundo e sorrir, os olhos marejados e uma tristeza que, meu Deus, nem parece que sou eu.

Não sei se é por conta da percepção do quanto o tempo correu, daquilo que perdi, daquilo que nunca mais será, não sei se há um embotamento daquilo que é e que se tem, não sei se é a completa falta de perspectiva e de planejamento, de desejos para o futuro que está aí, batendo à porta e trazendo mais um janeiro. Não sei...

O que eu sei é que eu não me reconheço em mim nesses dias em que os fogos explodem no céu e as lágrimas me molham. Eu não me reconheço nessa mulher mais triste, mais pra baixo; mas eu desejo que ela seja apenas reflexo daquela menina de quem tiraram tudo quando tudo estava devidamente organizado. Eu espero que seja só esse período, só o janeiro chegando de novo, só um momento...

2 comentários:

Anônimo disse...

Marcele, não fique assim... Força! Fé! Respire fundo...Peço a Deus que vc fique bem...

Fátima Freire disse...

Cele, cheguei até você através de um outro blog que acompanho,aliás,por coincidência,outros dois também falam de você.Bom, a verdade ´´e que,assim como aconteceu com os outros dois,fiquei fã de vc.Admiro demais sua coragem de se abrir e a forma como se expressa, parece que conheço você há anos, que sou íntima sua,mas na verdade é seu modo de escrever que me faz sentir isso.Gostaria que soubesse que torço demais pela sua felicidade e que tenho a certeza de que tudo ficará bem e que, realmente, o céu azul abrirá após a tempestade.
Beijos,boa sorte!
Fátima Freire