quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
Muita pretensão
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
E o mundo não se acabou
"Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar
Por causa disso, minha gente lá de casa começou a rezar
E até disseram que o sol ia nascer antes da madrugada
Por causa disso, nessa noite, lá no morro não se fez batucada
Acreditei nessa conversa mole
Pensei que o mundo ia se acabar
E fui tratando de me despedir
e, sem demora, fui tratando de aproveitar
Beijei a boca de quem não devia
Peguei na mão de quem não conhecia
Dancei um samba em traje de maiô
E o tal do mundo não se acabou
Chamei um gajo com quem não me dava
E perdoei a sua ingratidão
e festejando o acontecimento
gastei com ele mais de quinhentão
Agora soube que o gajo anda
dizendo coisa que não se passou
Vai ter barulho, vai ter confusão
porque o mundo não se acabou"
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
O que você faria se só te restasse esse dia?
E você? O que você faria?
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
Não é meu, mas poderia ser...
Eu quis sonhar com um amor perfeito. Como aqueles que brilham nos filmes, que nos fazem suspirar com os livros, que nos encantam nas canções.
Aqueles que cintilam azul e tem cheiro de jasmim, brisa de pétalas e reflexo de sol. Nos quais todo dia é sábado e todo sábado é verão.
Quis traçar destinos sonhados, roteiros amarradinhos, cenas sem correções. Dessas nas quais destilar palavras ao pé do ouvido e poses à meia luz proporcionariam a permanência de sorrisos frouxos e prazeres particulares.
Pensava esse tal amor como as fotografias bonitas. Nas quais não há espaço para cenários ruins, sombras ou a necessidade de efeitos especiais. Só o amor naturalmente brilhando calmaria e destilando felicidade. Amor de permanentes mãos dadas e corações grudados, de voz suave e confissões.
Um amor forte e perecível a falas tortas, cortes e curativos. Resistente a tudo, imune a todos e às nossas próprias confusões.
Eu quis. Eu quis um amor assim. Quis acreditar que amor perfeito, amor certinho, amor arrumadinho é aquele que só diz sim.
Mas não. Amor de verdade não é assim. Eu estava errada e talvez você também esteja.
Amor também diz não. Amor também tem discordâncias, desfoques, textos revisados e cenas refeitas. Amor também fica amarrotado, mal-humorado, descabelado e sai mal na foto.
Não é isento a tudo como idealizamos. Não vamos criar ilusões. Amor também sangra, também se perde. Precisa ser regado, vigiado, refeito, costurado, remendado se for preciso, se nos fizer feliz.
O amor tem dias cinza, tempo ruim, trovoada e temporal. Tem sorriso e chororô. Tem banho de chuva e maremoto. Tem bem-me-quer e tô-de-mal. Tem bagunça e mal-entendido. Tem mania e tem pirraça.
Mas o amor, o amor mais bonito, é também tão maior que o imperfeito se refaz. Os defeitos não sobressaem e o mau jeito se ajeita e transforma em paz o que tinha cara de ser vendaval.
O amor constrói e é construção. Tão lindo que não precisa que se entenda. Tão legítimo que não carece aceitação. Tão bem vindo que levanta morada.
Esse amor, o mais bonito, nem precisa ser infinito, suas únicas premissas são: que seja recíproco e que nos faça sorrir. Isso sim, que seja pra sempre.
(Yohana San fer)
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
Reflexão
Voltando pra casa no engarrafamento das dezenove horas. Um ônibus emparelha ao lado do meu. Conto as janelas, são nove pessoas, três cochilam, uma analisa o leva-e-traz da calçada. As outras cinco fuçam em seus telefones. Curtem, compartilham, atualizam, comunicam. Estamos na era revolucionária. Geração fone de ouvido – o poder da invisibilidade e do autismo opcional.
Desço na parada do shopping, preciso de uma camisa nova e de um presente. As luzes de Natal me dão engulhos. Preciso ser rápido, e o caminhar não flui. Preciso ficar desviando das garotas com suas caras enfiadas nos seus espertofones, lendo recados, comunicando, com medo de estar perdendo alguma coisa. Que filme você nunca viu? Que festa a gente nunca foi? Quem comeu quem? Quem caiu na rede? O que nós tanto temos a perder?
Vão dizer. Não é só um site, é um encurtador de distâncias. Mas eu não posso sentir o cheiro de talco da minha vó que mora longe, nem o som dela arrastando as sandálias antes de ir dormir. Um avatar e um retrato na lápide dá na mesma. Meus poucos e caros amigos, onde estão? Não faço questão de vê-los, qual a motivação? Sinto que já sei tudo o que eu preciso saber sobre eles. Me esforço, proponho um drinque e um papo mais tarde. Mais tarde, quando? No mês? Ainda em 2012? HOJE? Não dá. E se eu mandar instalar um botão bem no meio da minha cara? Eu fico mais interessante?
O que era pra ser uma rede social virou nada mais que um comparador de vidas. Olha eu, em frente à Torre Eiffel. Olha o meu novo corte de cabelo. Eu curto essa marca de cerveja. Estou em um relacionamento sério. Eu não presto. Eu sou legal. Chove e eu me sinto tão só. Queria que você fosse tão feliz quanto eu sou. Troquei de emprego. Troquei de torradeira. Troquei de sexo. O mundo entre aspas. O universo conspira ao meu pavor.
Sorria, você está se autofilmando. Todo dia tem a hora da sessão de fotografias. Ensaio para a Caras e as bocas e os decotes. Ah, mas uma foto faz de um momento inesquecível. Puxa, que porcaria de memória é essa sua. Postar é viver. Agora, a participação do internauta. Nunca foi tão fácil falar. Era a desmassificação da cultura, agora é só uma extensão do que passa na televisão. Comentarista de novela, esse mala sou eu.
Me escuta. Você precisa desse aparelho novo, o seu método de se importar com seus camaradinhas está ultrapassado, amigo. Pois é. Ninguém mais atravessa a cidade para encontrar alguém. Assine o nosso plano e pague para falar. Com apenas 59,90 mensais você pode ter um milhão de amigos e frequentar salas de bate-papo onde não cobramos 10 por cento, não tem goteira e ninguém corre risco de contrair herpes. Amigo é coisa pra se guardar na barra lateral, dentro da tela do computador.
Agora é sério. Você precisa desse telefone, vai por mim. Ele é três gigas mais smart do que você. Olha como são jovens, felizes e saltitantes as pessoas no meu comercial. Com mais um centavo você leva esse exclusivo aplicativo que simula um beijo de língua com qualquer pessoa que esteja na Romênia.
Você precisa de uma internet ilimitada, senão como vai protestar a favor de índios e contra a carne vermelha? Vamos lá, todos nós, rumo ao senado federal derrubar a corrupção, caminhando e cantando e seguindo no Twitter. Vamos tomar as ruas pelo Google Street View, cada um na sua. Nunca fomos tão livres no meio de tantas grades. Ué, você não queria mudar o mundo? Assine aqui e fique por dentro de nossas grandes novidades.
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
Rifando
Clarice Lispector
Rifa-se um coração quase novo.
Um coração idealista.
Um coração como poucos.
Um coração à moda antiga.
Um coração moleque que insiste em pregar peças no seu usuário.
Rifa-se um coração que na realidade
está um pouco usado, meio calejado, muito machucado
e que teima em alimentar sonhos, e cultivar ilusões.
Um pouco inconseqüente
que nunca desiste de acreditar nas pessoas.
Um leviano e precipitado,
coração que acha que Tim Maia estava certo
quando escreveu... "não quero dinheiro,
eu quero amor sincero, é isso que eu espero...".
Um idealista...
Um verdadeiro sonhador...
Rifa-se um coração que nunca aprende.
Que não endurece,
e mantém sempre viva a esperança de ser feliz,
sendo simples e natural.
Um coração insensato que comanda o racional
sendo louco o suficiente para se apaixonar.
Um furioso suicida que vive procurando relações
e emoções verdadeiras.
Rifa-se um coração que insiste
em cometer sempre os mesmos erros.
Esse coração que erra, briga, se expõe.
Perde o juízo por completo em nome de causas e paixões.
Sai do sério e, às vezes revê suas posições
arrependido de palavras e gestos.
Este coração tantas vezes incompreendido.
Tantas vezes provocado. Tantas vezes impulsivo.
Rifa-se este desequilibrado emocional que,
abre sorrisos tão largos que quase dá pra engolir as orelhas,
mas que também arranca lágrimas e faz murchar o rosto.
Um coração para ser alugado,
ou mesmo utilizado por quem gosta de emoções fortes.
Um órgão abestado
indicado apenas para quem quer viver intensamente e,
contra indicado para os que apenas pretendem passar pela vida
matando o tempo, defendendo-se das emoções.
Rifa-se um coração tão inocente
que se mostra sem armaduras e deixa louco o seu usuário.
Um coração que quando parar de bater
ouvirá o seu usuário dizer para São Pedro na hora da prestação de contas:
" O Senhor poder conferir", eu fiz tudo certo,
só errei quando coloquei sentimento.
Só fiz bobagens e me dei mal
quando ouvi este louco coração de criança
que insiste em não endurecer e, se recusa a envelhecer".
Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por outro
que tenha um pouco mais de juízo.
Um órgão mais fiel ao seu usuário.
Um amigo do peito que não maltrate tanto o ser que o abriga.
Um coração que não seja tão inconseqüente.
Rifa-se um coração cego, surdo e mudo,
mas que incomoda um bocado.
Um verdadeiro caçador de aventuras que,
ainda não foi adotado, provavelmente,
por se recusar a cultivar ares selvagens ou racionais,
por não querer perder o estilo.
Oferece-se um coração vadio, sem raça, sem pedigree.
Um simples coração humano.
Um impulsivo membro de comportamento até meio ultrapassado.
Um modelo cheio de defeitos que,
mesmo estando fora do mercado,
faz questão de não se modernizar, mas vez por outra,
constrange o corpo que o domina.
Um velho coração que convence seu usuário
a publicar seus segredos e, a ter a petulância
de se aventurar como poeta.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
A força do tempo
"Vai passar. Não é um conselho alegre. Não me tranquiliza saber que terminaremos. É uma advertência que me desespera. Não gostaria que passasse.
Eles não entendem que não sofro porque o amor acabou, sofro para não acabar o amor.
Sou contrário ao término, me oponho à nossa extinção. Sou o único que resiste contra o fim de nossa história.
Eu não quero que passe. Mas sei que vai passar.
Sei que o amor vai morrer desidratado, faminto, por absoluta falta de cuidado. Vai passar, infelizmente.
Tudo o que a gente construiu junto vai passar. Tudo o que a gente idealizou, inventou e armou vai passar.
O lugar no peito que recebia seu rosto para dormir vai passar. Nossos apelidos, nossos chamados, nossas piadas vão passar.
Por mais que acredite que seja impossível, irei namorar de novo, me apaixonar, casar e rir docemente sem culpa. Vai passar.
Não superamos os medos, sucumbimos na segunda crise, desistimos de insistir.
Somos fracos, somos influenciáveis, somos tolos.
Foi muita incompetência de nossa parte.
Não seremos inesquecíveis.
Vai passar."
(Carpinejar)
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
Carta ao Papai Noel - 2012
domingo, 2 de dezembro de 2012
Metáfora
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
Carpinejar falando por mim
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
Temos nosso próprio tempo?
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Raciocínio Lógico
Afirmativa 2: Você é a pessoa da minha vida
Afirmativa 3: Tenho certeza da reciprocidade desse sentimento
Se as três afirmativas forem verdadeiras, temos, então, uma linda história de amor para contar.
Se as pessoas emissora e objeto das afirmações acima não estiverem juntas, a única conclusão possível é de que, pelo menos uma, dentre as três alternativas, não é verdadeira. Pode ser que mais de uma seja falsa. Pode ser que todas sejam falsas. Não importa(m) qual(is).
Certeza mesmo só de que houve uma mentira.
PS: Post totalmente inspirado num SMS da minha amiga REAL Miriane Segalla.
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
Quase amor
terça-feira, 13 de novembro de 2012
Espírito de férias...
E as férias começam em 3, 2, 1...
sábado, 10 de novembro de 2012
Nove de novembro pela terceira vez
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
Parabéns
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
Sobre o que é o amor, ele disse...
"Amor é foco. Amar é sentir que a vida se condensa em torno de um sentimento e de uma pessoa, e por isso se torna deliciosamente simples, tanto quanto intensa. As dúvidas e os problemas recuam para o segundo plano. O tédio, o medo, a confusão se dissolvem num grande sentimento claro e límpido. Ele é como o facho de luz que atravessa uma lente e se transforma, do outro lado, num único ponto rutilante." (Ivan Martins)
E eu estou inteiramente de acordo.
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
"I don't want this feeling to go away..."
A vida é boa.
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
De repente...
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
Cansei
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Mais uma vez
O que não dá, o que não cabe, o que não é saudável, o que é triste é quando o medo paralisa a vida, o amor, a felicidade. Tudo ali escancarado à sua frente, esperando o salto e não. Analisando as possibilidades, pode dar tudo errado e terminar estraçalhado por dentro, mas também pode ser que na queda livre surjam asas e um longo voo e a sensação de plenitude. Não pular, não arriscar, não sentir é não viver. Eu fecho os olhos, respiro fundo e dou o passo para cair no precipício.
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Detalhes
Há quem não saiba o poder das mãos dadas, mas, para mim, é o sintoma de que os corações estão enlaçados.
Há quem não saiba o poder de um beijo roubado com a mão segurando a nuca, mas, para mim, é o impulso do coração em atitude e a certeza de não querer correr risco de perder.
Há quem não saiba, mas, para mim, o mais importante é sempre o que transparece em detalhes.
Fim.
terça-feira, 9 de outubro de 2012
Quem não quer um final feliz?
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
I'm the queen of starting over, you can put the crown on me
I know the feeling you lost your way
feel second hand and broken
hope, blown away
feel so fine
can't sing no more
baby believe me you will rise again
stronger than before
said I'm the queen of starting over
you can put the crown on me
said I'm the queen of starting over
take your life where you want it to be
and make it happen
And in every life
little rain must fall
there ain't nothing perfect
child dont put yourself on hold
the earth is turning
and it will turn again
I can tell you because it happend to me girl
the world don't end
Said I'm the queen of starting over
you can put the crown on me
yes you can
said I'm the queen of starting over
take your life where you want it to be
and make it happen
I remember the first mistake I made
nobody could save me, save me, no
nobody don't let you down easy
think the pain will never let go
well love it ain't always what it seems to be
I know the feeling you lost your way
feel second hand and broken
oh blown away
said I'm the queen of starting over
you can put the crown on me
said I'm the queen of moving on
take your life where you want it to be
said I'm the queen of starting over
you can put the crown on me
said I'm the queen of starting over
take your life where you want it to be and make it happen
you can make it
you can make it
you can make it happen child
terça-feira, 2 de outubro de 2012
A importância das atitudes
Quem acredita sem ter prova ou fato que corrobore o que é dito, quem acredita sem questionamento algum é quem tem fé. E eu acredito na fé de todo mundo, respeito as variadas concepções religiosas profetizadas por aí. Porém, a fé deve se limitar às igrejas e aos recantos teístas. No dia a dia, na vida real, num relacionamento, as histórias não se desenvolvem baseadas em fé. Elas se desenvolvem baseadas em CONFIANÇA, que é outra coisa. Confiança precisa de prova, precisa de história, precisa de experiência e de fatos. Confiança é construção, trabalho diuturno, ininterrupto. E aí, tendo dezenas de fatos que provam o contrário, atitudes que não condizem em nada com que é dito, histórias cuja conclusão não se liga com os fundamentos; é simplesmente impossível confiar. Vira uma questão de ter fé ou não.
Para mim, um relacionamento baseado em fé tende a desmoronar. É possível que se fique junto por um tempo, na esperança - última a morrer - de que as provas surjam e rompam a barreira da passividade, da omissão. Uma hora, a vida cobra atitude. Uma hora, é preciso se posicionar. Uma hora, é imperativo tomar uma decisão. Uma hora, é preciso se indispor com uns para mostrar aos outros o que se quer, o que se é, em que se crê, o que se sente. Não adianta. A vida é feito de afetos e desafetos, de ações e de omissões, de alegrias e tristezas, de surpresas e de mágoas. É preciso escolher, decidir e se posicionar a respeito. Suas atitudes e suas omissões dizem muito mais do que se pode imaginar.
Eu sei que tem gente que a gente não faz a menor questão de convencer, mas existem pessoas que merecem respeito, todo afeto e toda atenção. Para estas, eu gasto tempo com palavras, mas também com atitudes.
sábado, 29 de setembro de 2012
Conselho
Quando se trata das coisas do coração, o melhor é arriscar. Se existe algo que faz cócegas no coração, que põe um sorriso no canto da boca e no fundo do olhar, se há alguém que devolve a cor aos dias mais sombrios, faz a vida leve e com que acreditemos de novo na possibilidade de milagre, se existe algo que tira o sono e permeia o sonho e com o que se acorda já pensando; existe uma grande possibilidade e tudo leva a crer de que é exatamente aí que está o perfume do amor.
Por que não se embriagar? Por que não se perfumar? Não se apegue a formalismos, a mecanismos, ao que parece ser correto. Não queira manter um imagem ou usar de alegativas para escapar pela tangente. Se existe alguém que te faz suspirar, arrisque, se entregue, se jogue inteiro. Ainda que existam muitos esparadrapos e cicatrizes no seu coração.
Não tem tempo certo para o amor, não tem hora certa para que as coisas aconteçam. Já disse um poeta, o amor é uma coincidência. E, se é mesmo um acaso do destino, que saibamos aproveitá-lo e consumi-lo e vivê-lo. Inteiro, profundo, com todas as fichas em jogo. Até porque, se é pra sofrer, a vida mesmo se encarrega disso, mas ser feliz depende muito mais de esforço e coragem individual. Eu nunca me fecho e é este meu único e mais sincero conselho.
terça-feira, 25 de setembro de 2012
Da série: poderia ter sido escrito por mim
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
Aprendendo a desistir
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Para quem lhe deveria resgatar: um grande amor
Era uma vez um grande amor que, no momento de se concretizar, se doou inteiro, profundo, sem rede de proteção, sem saídas de emergência, sem plano B. Ele era em si mesmo a razão e a finalidade, o passado e o futuro, a pergunta e a resposta. Era uma vez um grande amor, que não queria mais o fundo do armário, que queria sentar no sofá da sala e comer pipoca abraçado, que queria misturar os meus, os seus e os nossos, que queria ser realidade pública e notória. Era uma vez um grande amor que não queria mais ser segredo, que não queria mais subterfúgios. Era uma vez um grande amor que era todo feito de sonhos e de planos para serem concretizados a dois e a seis.
Era uma vez um grande amor que começou a ser consumido com a urgência de quem sabe da efemeridade e da fragilidade da vida, com a voracidade de quem não tem mais tempo a perder, com a profundidade de que era feito. Era uma vez um grande amor que tomou para si a responsabilidade de fazer sua história acontecer, que investiu cada segundo do tempo, cada dia de vida, cada pedaço de si a fim de transformar o roteiro de novela em história real. Era uma vez um grande amor que se agarrou ao que tinha para permanecer, que fez o que podia para não perecer, que esfolou as próprias mãos sem querer soltar as rédeas desse encontro. Mas as rédeas se quebraram...
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Pedaços
E sempra há o ato final, sem aplusoos, com a pequena plateia farta de nossas más atuações. Vão me dizer "Ei, cara, se decide, ou caga ou desocupa a moita, tem mais gente interessada, não vê que assim trata a menina mal?", e vão aconselhá-la "Depois não adianta chorar uma semana inteira e me ligar achando que posso dormir uma noite lá e consolar você". É sempre a mesma coisa, mas é que, sei lá, as coisas parecem menos complicadas enquanto a gente se beija. (Gabito Nunes)
Letra: Renato Russo
Música: Dado Villa-Lobos/Renato Russo/Renato Rocha/ Marcelo Bonfá
É saudade, então
E mais uma vez
De você fiz o desenho
Mais perfeito que se fez
Os traços copiei
Do que não aconteceu
As cores que escolhi
Dentre as tintas que inventei
Misturei com a promessa
Que nós dois nunca fizemos
De um dia sermos três
Trabalhei você
Em luz e sombra
E era sempre:
"-Não foi por mal.
-Eu juro que nunca quis deixar você tão triste"
Sempre as mesmas "disculpas"
E desculpas nem sempre são sinceras
Quase nunca são.
Preparei a minha tela
Com pedaços de lençóis
Que não chegamos a sujar
A armação fiz com madeira
Da janela do seu quarto
Do portão da sua casa
Fiz paleta e cavalete
E com as lágrimas que não brincaram com você
Destilei óleo de linhaça
E da sua cama arranquei pedaços
Que talhei em estiletes de tamanhos diferentes
E fiz então, pincéis com seus cabelos
Fiz carvão do batom que roubei de você
E com ele marquei dois pontos de fuga
E rabisquei meu horizonte.
E era sempre:
"-Não foi por mal.
-Eu juro que não foi por mal, eu não queria machucar você.
Prometo que isso não vai acontecer mais uma vez"
E era sempre, sempre o mesmo novamente
A mesma traição
Às vezes é difícil esquecer:
"-Sinto muito, ela não mora mais aqui".
Mas então porque eu finjo
Que acredito no que invento
Nada disso aconteceu assim
Não foi desse jeito.
Ninguém sofreu
E é só você
Que provoca essa saudade vazia
Tentando pintar essas flores com o nome
De Amor-Perfeito e Não-Te-Esqueças-De-Mim.
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
Na casa dele
Corri para o banheiro. Usei meus apetrechos todos e me vesti como se fosse encontrar um amigo de longa data. Parece ridículo até contando agora, meio patético, talvez. Eu sei que entrei no táxi e pedi para me levar até a Av. Getulio Vargas e me deixar na quadra anterior à rua José de Alencar. Desci no Menino Deus dele e fiquei pensando, enquanto andava até à rua onde morou, quantas vezes ele passou por ali a pé, com as mãos enfiadas nos bolsos, tentando escapar do frio de Porto Alegre, com a cabeça girando em pensamentos e palavras e textos e contos e dores... Fiquei pensando, enquanto admirava as árvores frondosas e floridas, os prédios baixos sem muros, a rua de calçamento, as senhorinhas andando lentamente, o moço que passeava com um cachorro, que ele esteve ali, respirou ali, viveu ali seus últimos dias. Sim, era como se eu o conhecesse e como se tivesse saudade dele, alguém que quando descobri que existia nem existia mais. Pelo menos, não aqui.
Entrei na Rua Oscar Bittencourt e procurei o sobrado da família. Se tivessem me dado somente o nome da rua, eu a teria percorrido inteira e teria descoberto, pelas imagens que já havia visto, que era ali. A casa estava diferente, com ares mais modernos, com um verde mais vibrante colorindo a fachada. Havia carros na garagem e era estranho ver a movimentação das pessoas, uma mangueira ligada, uma piscina ao fundo. Não vi a placa com a frase dele que deveria estar lá. O jardim não é mais o mesmo, tiraram a árvore da frente, mas ainda guarda algumas roseiras. A janela no andar superior ainda abre por cima dele e deve ser uma delícia amanhecer por ali nos dias mais quentes.
Eu parei em frente à casa dele, sentei na calçada por alguns minutos e deixei minha cabeça abstrair um pouco dos meus problemas, das minhas dores, dos meus dissabores todos. Eu sentei e parecia que eu o conhecia enfim. Depois de tanto dividido, depois de tanto que me identifiquei, depois de tanto que li sobre, depois de tudo que vivi e ele viveu, depois do que ele escrevera antes mesmo de acontecer em mim, eu estava ali. Lacrimejei porque eu sei que a essência dele era de dor, de esperança e de intensidade, esse mesmo material de que sou feita. E pedi, em silêncio, para que dali em diante que seja doce, que seja doce, que seja doce para mim e para ele, onde quer que esteja.
PS: Visitei a casa de Caio Fernando Abreu em Porto Alegre no último sábado 25/08/2012, mais de 16 anos após a morte dele.
terça-feira, 21 de agosto de 2012
Gabito Nunes
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
Promessa é dívida
Thi, onde quer que você esteja, saiba que eles te amam muito e que você é uma memória saudável na vida dos nossos pequenos. Te amaremos para sempre! Feliz Dis dos Pais!
quinta-feira, 12 de julho de 2012
Tempo, tempo, tempo, tempo...
terça-feira, 12 de junho de 2012
Pra você
segunda-feira, 11 de junho de 2012
Prenúncio
segunda-feira, 4 de junho de 2012
Poderia ter sido escrito por mim
Intensa, sim. Sensível, um monte. Atrevida, não nego.
De armadura valente, essência repleta de sentir e um coração molenga, sigo cortejando flores e dissabores.
De cabelos avermelhados e esmaltes quase sempre descascados, levo na bolsa uma agenda cheia de idéias, na mente uma imaginação sem limites, na boca uma língua afiada, no documento uma idade que muitos duvidam e no peito um coração devaneador.
Sou daquelas que sonham alto, que acreditam mesmo que o vento não esteja a favor, que buscam mesmo enxergando longe demais o ponto a ser alcançado, que tentam e não desistem até que a linha de chegada revele suas surpresas.
Não vejo a vida com lentes cor de arco-íris. Na minha bagagem não cabem promessas nem utopias mas uma tendência desenfreada à esperança.
O que você chama de otimismo eu prefiro chamar de confiança e de fé. De um querer infinito. De uma coragem pulsante da qual me visto pra poder viver.
Já fui acometida pelo cansaço que desencoraja os sonhadores. Mas sou movida por uma teimosia e uma vontade de realizar que me põem de pé todas as manhãs.
As inseguranças podem até me fazer visita mas não têm morada aqui. Elas não prendem meus passos.
Eu bem que tentei. Já quis ser diferente. Já bolei metas num papel. Esperar menos, tolerar mais. Apegar menos, abstrair mais. Me importar menos, relaxar mais. Insistir menos, dessintonizar mais.
Não deu, não dá.
Cada detalhe molda meus acabamentos. Cada ruína compõe meus alicerces.
Cada estação, cada fase, cada vitória e fracasso me fizeram hoje ser quem pode muitas vezes até duvidar das pessoas e de suas intenções mas continua a apostar na vida.
E não guardo segredos. Não teço mistérios. Minha teoria é simples. Meu sentir é exagerado. Me jogo, me lasco, me entrego, me esfolo inteira. Melhor do que viver pela metade. Amar pela metade. Acreditar pela metade. Pra tombo há remédio, há refazer. Pra sonho desperdiçado, não.
Por isso gasto meus sorrisos, não passo vontades, não guardo choros, não contenho gritos. Por isso insisto em desafiar o tempo e as pedras do caminho. No meio do furacão, saio devastada mas sobrevivo à tempestade. E não paro, e não me basto.
Recuar? Calar? Desistir? Verbos inexistentes no dicionário que inventei pra mim. Eu quero é pagar pra ver o final feliz acontecer. E fim.
(Yohana SanFer)
quarta-feira, 30 de maio de 2012
Tributo
Parte I
Parte II
terça-feira, 29 de maio de 2012
Para M.
Não é assim que se vive, não é assim que se consome a felicidade. No fundo, todo mundo sabe. A felicidade normalmente está atrelada à liberdade de ser quem se é e de estar em paz com as próprias escolhas, ainda que o mundo inteiro critique e julgue. Felicidade tem muito mais a ver com essa coragem de se encarar a si mesmo no espelho e saber exatamente o que importa. Daí porque falo tanto de coragem. Coragem para reconhecer o que de si não se enquadra nem será como o mundo espera. Coragem para entender o que se quer, o que se ama, o que vale a pena. Coragem para enfrentar os dedos apontados, o julgamento alheio, a opinião pública e saber, de fato, o que amansa o coração, o que faz a vida colorida, o que torna o mundo encantado e lindo, o que devolve o brilho aos olhos e o sorriso aos lábios.
Ser feliz exige essa honestidade consigo, essa transparência que nem sempre é fácil ter. Por isso mesmo, falo de coragem. Algumas coisas inevitavelmente vão doer, algumas pessoas inevitavelmente vão falar, alguns momentos inevitavelmente serão ruins; o importante é que, no cômputo final, quando deitar a cabeça no travesseiro, reste a sensação profunda e inequívoca que é esse mesmo o lugar em que se quer estar, o caminho que se quer seguir e aí, então, o sono seja de paz e de amor.
TJ!
PS: Porque nossas conversas, vezenquando, rendem posts.
quarta-feira, 23 de maio de 2012
I just don't feel like it
Só que não. Today is not fine. Eu dormi tarde, muito tarde, e amanheceu com chuva. Vontade gritante de ficar na minha própria cama e eu estou aqui.