É quando se tem certeza de que não há mais espaço para onde expandir o amor ou quando se pensa possível desistir dele, ou quando tudo ao redor dele se torna complexo e difícil, que ele dá a real noção da sua grandeza. É justamente quando se pensa que já se fez tudo que estava ao alcance, que já suportou mais que seria capaz, é quando não se compreende mais as próprias atitudes - tão incoerentes, tão diferentes daquilo que se é, tão instintivas, impulsivas, quando se sente exaurido pelas batalhas do caminho, que se pode enfim perceber com clareza a vastidão daquilo tudo que inunda o peito. Somente quando se passa a caminhar depois do limite que se estabeleceu como tolerável, quando se ultrapassa a fronteira do terreno conhecido e se joga no abismo das coisas que não se sabe, no precipício das incertezas, é que se compreende o quanto o sentimento fez raiz, o quanto é perene e concreto, o quanto é parte da vida que se deseja ter. É quando o amor permanece mesmo no desconforto, mesmo na dor, mesmo nas adversidades, quando demonstra sua persistência e coerência e sua capacidade mágica de inundar a vida de esperança, é que se descobre que ele é verdadeiro e profundo. É esse amor que faz a vida valer a pena. É esse amor que resiste, que permite, que faz crescer. É na dor que se prova o amor, é na resistência que se testa sua certeza. E é esse amor que faz cada lágrima e gota de suor parecer vintém muito bem gasto porque é inquebrantável, porque ele aguenta e permanece, porque ele é AMOR.
2 comentários:
:)sim!!!
beijo
Marcele, sou sua fã incondicional. Já lia o outro blog e agora o que vc escreve aqui parece que saiu do meu peito. Como aquela citação do Milton Nascimento: "certas canções que ouço cabem tão dentro de mim, que perguntar carece: pq foi que eu não as fiz?"
Bjo.
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