quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Mais complicado

Tenho pensado há alguns dias na excepcionalidade da felicidade plena e tranquila. Pensado no quanto é difícil conseguir estar confortável em todos os aspectos da vida ou, pelo menos, na maioria deles. Se você tem um bom emprego e ganha uma bom salário, falta um relacionamento maduro e leve. Se você tem uma turma de amigos super bacana, sobram muitos dias no final da grana. Se está tudo em cima no emprego, no amor e com os amigos, tem uns problemas familiares cascudos. E aí, eu fico aqui pensando que quando me deparei com pessoas com tudo mais ou menos resolvido, aconteceu sempre uma tragédia, uma reviravolta que perfurou o coração e quebrou em mil pedaços a estabilidade e a doçura de uma vida feliz.
 
Será que é mesmo tão difícil assim? Será que ser feliz é tão (im)provável quanto ganhar na Mega Sena? Será que é para poucos sortudos e felizardos? Será que a missão é justamente tentar, tentar, tentar e se resignar diante da impossibilidade? Será que estamos sujeitos a carregar tantos buracos, cicatrizes, mágoas e pesos para sempre? Será que dá mesmo para ficar entediado quando está tudo simples, calma e tranquilamente bem? Será que este é mesmo o mundo expiações de que tanto falam os espíritas e que nossa tarefa seja tão somente sofrer para evoluir?
 
Eu vejo tantas pessoas feridas, arrastando pesadas correntes, sofrendo porque tem e porque não tem também - considere qualquer coisa como o objeto direto dessa frase: amor, dinheiro, amizades, emprego. Eu vejo pessoas queridas com lacunas impreenchíveis e, correndo os anos, com vários novos espaços, buracos, ferimentos e rancores. Eu vejo alguns tão maltratados, tão doloridos, que perderam a fé em tudo. E diante de tudo isso, eu fico estagnada e me sinto, algumas vezes, cansada, desestimulada.
 
Não parece nada comigo essa atitude deprimida e pessimista de achar que a felicidade é algo distante e irreal. Eu sempre acho que ela depende de um jeito de ver as coisas e está próxima, bem próxima mesmo, de cada um de nós. Não é de mim desistir no meio da partida, jogar a toalha, perder a fé e a esperança. Não é de mim essa postura derrotista. E aí, eu me lembro de uma frase do filme "As melhores coisas do mundo" que, a meu ver, responde aos meus questionamentos tod(l)os:
 
"Não é impossível ser feliz depois que a gente cresce, só é mais complicado"
 
 

2 comentários:

Renata Cristina disse...

Semana passada eu estava assim: desestimulada, desacreditada, infeliz. Mas é sempre de repente que as coisas mudam e o mundo gira e te coloca em meio a coisas e pessoas boas e você começa a enxergar o que a nuvem cinza te impedia de ver. A vida é boa sim, a felicidade está pertinho da gente, porém a tristeza também está. Eu não sei se foi minha ida à Bahia, eu não sei se foi meu pedido ao Senhor do Bonfim ou se o universo me achou merecedora de ser uma pessoa em paz e mais alegre, mas a nuvem cinza foi embora, juntamente com aquela infelicidade descrente na vida. Eu só sei que tentei e consegui. Pode ser que a tristeza volte, mas é bom saber que tudo passa e que alguma força muito grande nesse universo nos leva, em algum momento, para perto do bem e da felicidade.

Isabelle disse...

É preciso mesmo fé, força, paciência e alegria pra encarar a vida em busca e encontro da felicidade :)