segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Cinco anos



Eu já contei algumas vezes que eu nunca fiz o tipo maternal. Nunca fui aquela menina que adorava brincar com bebês nem a mocinha apaixonada por crianças. Eu não sei se eu contei que não tive contato com crianças pequenas e que o primeiro bebê que eu segurei na vida foi há exatos cinco anos. Eu não sei se eu disse que eu não sabia nada, absolutamente nada de ser mãe, e que fui a primeira das minhas amigas mais próximas a se tornar uma (a segunda, foi agora em 2011). O que eu quero dizer com isso é que a gente pode até não estar preparada, nem ter nunca passado pela cabeça, nem saber como faz, nem entender direito a revolução que ocorre dentro da gente, mas é fato que a gente só se torna mãe quando é preciso ser mãe.

Há cinco anos nascia, quase um mês antes da data prevista (14/10), o meu primeiro filho, meu grandão, meu pirrototinho, meu amor, meu menino Matheus. Há cinco anos eu estava inchada, com pressão alta, tomando calmantes e remédios para controle da pressão arterial, que era medida a cada hora e não parava de subir. Há cinco anos eu tinha o Thiago do meu lado e isso me dava uma segurança incrível, eu tinha certeza de que tudo ia dar certo porque ele estava ali, prestando atenção em mim. Há cinco anos eu entrava pela primeira vez na vida num centro cirúrgico e ele segurava minha mão. Há cinco anos meu coração bateu muito rápido e eu não senti nenhuma dor, só um sentimento de inundação de amor quando ouvi aquele chorinho. Há cinco anos, com 2,5kg, com 49cm, todos os dedos da mão e dos pés - porque eu mandei o pai checar, uns olhos enormes, com um pouco de icterícia, nascia meu bebê Matheus.

Eu olhava para aquela trouxinha adormecida num bercinho ao meu lado e ficava extasiada, sem entender direito como podia ter saído de dentro de mim, como podia ser tão lindo assim, como podia ser tão perfeito. Eu olhava para ele dormindo e acompanhava o ritmo da respiração como se a qualquer instante ela pudesse simplesmente parar de acontecer. Eu olhava cada detalhe, a manchinha vermelha no dedinho mindinho da mão esquerda, a marca de família na testa, eu reconhecia naquele pequeno ser o que era meu e o que era do Thi. Eu olhava para ele e via que agora nós éramos uma família, nós seríamos felizes e nós teríamos uma vida inteirinha pela frente para viver esse amor triangular. Foi um dia mágico demais aquele 19/09/2006!

Aconteceram muitas coisas nos últimos cinco anos. A gente foi muito feliz e muito triste. A gente gargalhou e chorou a pior de todas as dores. A gente foi no topo da mais alta montanha e no fundo do mais profundo poço. A gente tornou quadrangular o nosso amor e ele será assim para sempre, com uma das pontas muita alta, muito distante, lá no céu. A gente aprendeu a viver um dia de cada vez e a dar valor ao que tem efetivamente valor na vida: as pessoas, o amor. A vida mudou muito, mas a magia de ser mãe daquele bebê, hoje um menino lindo, sensível, obediente, inteligentíssimo, engraçado e feliz, não se perdeu no meio dos percalços que tivemos. Esse amor me salvou do escuro de mim e me fez rir quando as lágrimas embotavam a vida. Esse amor me deu forças para sair lá do fundo mais fundo do poço mais fundo. Esse amor me fez e me refez quando foi preciso.

Ele completa cinco anos, ele cresce a olhos vistos, ele é cada dia mais mais lindo e ele é metade da minha razão de viver. Sobre a outra metade, eu conto em 14 de outubro.

Parabéns, Matheus! Uma vida iluminada, muitas alegrias nos seus caminhos. Que a sua cota de sofrimento na vida tenha se esgotado já no passado pesado que carregaremos juntos para sempre e que agora só venham muitos motivos de felicidade. Eu amo você até cada estrela, a lua e o sol e de volta à Terra, como você mesmo diz.

9 comentários:

Anônimo disse...

Muito lindo! Você expressou lindamente o inexprimível. Bjs pra vc e muitas felicidades pro filhote!

Janaína

Idê Maciel disse...

Tudo de bom para o Matheus. Parabens pelo texto de mais sincero e profundo amor. Que Deus abençoe vocês hoje e sempre e conceda uma longa e feliz vida aos três: Voce, Thomás e Matheus!
Só esqueceu de colocar nos atributos dessa criança linda por dentro e por fora e abençoada pelas vovós e por Deus Pai, sua principal caracterísitca: a eloquência e o vasto vocabulário (falado e entendido). Beijos e bênçãos

Stranger disse...

e mais uma vez...... chorei. LINDOS!

Izabel Bezerra disse...

Como sempre você com um texto maravilhoso...emocionante!!!
Parabéns Cele.
Pelo Grandão...essa criança tão especial,que onde chega... conquista...pela sua energia linda,pelo sorriso maroto,pelas "tiradas", pelo carinho visível...parabéns pela mãe que você se tornou...pela família que formou...e que com tanta força e LUZ,nos enche de energia,paz,amor.
Seu Anjo da Guarda com certeza está cheio de orgulho de vocês.
Afinal...você sabe SER e FAZER FELIZ!
Os homenzinhos de sua vida trazem brilho no olhar...
Grande beijo no coração!

Isabelle disse...

Marcele, :)
Não te conheço pessoalmente mas desejo só coisas boas a vc(s), como se fosse alguém que eu já tivesse visto...Lindas palavras, lindo o significado desse amor na sua vida.
Tudo de melhor no mundo pro aniversariante, só luzes e alegrias no caminho dele e de vocês.
Um beijo!!

Nilde disse...

Parabéns para os dois! Como o amigo falou, chorei mais uma vez, mas é por ser LINDO!

Fique bem

Anônimo disse...

Aos prantos. Só uma mãe entende outra. Lindo Marcele.

Lidiane Dantas

Anônimo disse...

Chorei aqui no trabalho mesmo, com o colega ao lado fingindo que não viu...rs

Ao filhote lindo, inúmeros anos de vida.

Beijos querida

Mirys Segalla disse...

Muitos muitos muitos beijos e bençãos e desejos de tudo de bom no MUNDO, da "tia" que mora longe, mas sempre lembra de vocês nas orações.

Cele, que você possa continuar essa mãe brilhante por vááááários outros 5 anos e que o Math possa crescer lindo, feliz, um homem de bem, como o pai dele parece ter sido.

Bjos e bençãos.
Mirys
www.diariodos3mosqueteiros.blogspot.com

PS: alguém deve estar muito orgulhoso de todo o seu trabalho, viu mocinha?