Viver é arriscado. Sair de casa é correr o risco de ser assaltado, atropelado, de bater o carro ao virar a esquina. Viajar é correr o risco de, naquele dia, o motorista estar atrasado demais e correr demais e o ônibus tombar na pista ou do avião ter uma pane ou do piloto cometer um erro técnico e - cataploft! - sumir todo mundo em alto mar ou no meio de uma floresta. Respirar é correr risco de um infarto agudo, de um AVC. Você pode estar aí se prevenindo, fazendo exercícios regulares, com alimentação saudável, balanceada, regular e simplesmente na-da dis-so é garantia de coisa alguma.
Viver é se arriscar. E, como tudo na vida, no amor, também corremos riscos. Amar alguém é correr o risco de não ser correspondido; e se for, de não o ser na mesma proporção que se ama; e, sendo correspondido na mesma proporção, da pessoa, simplesmente, de repente, cair de amores por outra ou não tolerar mais nossas insanidades e inseguranças. Amar é correr risco de sofrer, de ser traído, de ser trocado, de ser esquecido. Amar é se arriscar também. E, nesse caso, não há nenhum mecanismo de controle factível e infalível. O amor tem meandros ininteligíveis e isso é tudo que se pode saber.
É claro que temos opções: podemos ficar trancados em casa (não em um apartamento porque o prédio pode ruir), de preferência longe de áreas de risco (!!!), longe de favelas (onde os tiroteios são frequentes), longe de locais de festa (vai que um bêbado invade a casa!), num lugar que não chova demais (inundação/desmoronamento)... Podemos também não amar, não deixar que a nossa vida cruze com a de outro alguém assim, dando laços e dando nós. Podemos nos proteger o máximo que pudermos, podemos nos esconder de tudo aquilo que é perigo, podemos viver como a Chapeuzinho Amarelo do livro infantil de Chico Buarque: amarela de medo... E ainda assim o perigo estará lá.
Então, o melhor a fazer é viver equilibrando dois pesos: o primeiro, aquele clichê de saber que cada um dos dias pode ser o último; o segundo, de que é melhor não pensar no perigo que se corre. Pensar que hoje pode ser o último dia coloca em perspectiva o que é prioridade e ajuda a afastar o que não é. E não pensar nos riscos é a melhor forma de lidar com o medo. Porque se se parar para pensar em cada coisa que pode acontecer, o limite é a paranóia. Parece contraditório tudo isso, mas não é. É preciso pensar que pode ser o final e é preciso não pensar no que pode fazer tudo deixar de existir. Na verdade, tudo está por um fio e não há nada que se possa fazer a não ser aproveitar enquanto este liame não se rompe.
A opção da proteção, do medo, do exílio não é nem uma opção. É não viver, não amar, não se atirar no abismo em queda livre, sem ao menos vislumbrar o fundo. A opção do esconderijo implica na renúncia tácita, porém inequívoca, da possibilidade de ser feliz e de amar. A opção da fuga representa, em última instância, abrir mão da felicidade no superlativo máximo possível. E isso eu não quero. Quem quer?
Viver é se arriscar. E, como tudo na vida, no amor, também corremos riscos. Amar alguém é correr o risco de não ser correspondido; e se for, de não o ser na mesma proporção que se ama; e, sendo correspondido na mesma proporção, da pessoa, simplesmente, de repente, cair de amores por outra ou não tolerar mais nossas insanidades e inseguranças. Amar é correr risco de sofrer, de ser traído, de ser trocado, de ser esquecido. Amar é se arriscar também. E, nesse caso, não há nenhum mecanismo de controle factível e infalível. O amor tem meandros ininteligíveis e isso é tudo que se pode saber.
É claro que temos opções: podemos ficar trancados em casa (não em um apartamento porque o prédio pode ruir), de preferência longe de áreas de risco (!!!), longe de favelas (onde os tiroteios são frequentes), longe de locais de festa (vai que um bêbado invade a casa!), num lugar que não chova demais (inundação/desmoronamento)... Podemos também não amar, não deixar que a nossa vida cruze com a de outro alguém assim, dando laços e dando nós. Podemos nos proteger o máximo que pudermos, podemos nos esconder de tudo aquilo que é perigo, podemos viver como a Chapeuzinho Amarelo do livro infantil de Chico Buarque: amarela de medo... E ainda assim o perigo estará lá.
Então, o melhor a fazer é viver equilibrando dois pesos: o primeiro, aquele clichê de saber que cada um dos dias pode ser o último; o segundo, de que é melhor não pensar no perigo que se corre. Pensar que hoje pode ser o último dia coloca em perspectiva o que é prioridade e ajuda a afastar o que não é. E não pensar nos riscos é a melhor forma de lidar com o medo. Porque se se parar para pensar em cada coisa que pode acontecer, o limite é a paranóia. Parece contraditório tudo isso, mas não é. É preciso pensar que pode ser o final e é preciso não pensar no que pode fazer tudo deixar de existir. Na verdade, tudo está por um fio e não há nada que se possa fazer a não ser aproveitar enquanto este liame não se rompe.
A opção da proteção, do medo, do exílio não é nem uma opção. É não viver, não amar, não se atirar no abismo em queda livre, sem ao menos vislumbrar o fundo. A opção do esconderijo implica na renúncia tácita, porém inequívoca, da possibilidade de ser feliz e de amar. A opção da fuga representa, em última instância, abrir mão da felicidade no superlativo máximo possível. E isso eu não quero. Quem quer?
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