sexta-feira, 5 de abril de 2013

20 dicas

1 – Não tenha dó de si (enfrente o que existe de difícil na sua vida).
2 – Olhe os outros pelos outros (e não pelo que interessam a você).
3 – Deixe um pouco de lado seu vício de colocar seus desejos acima de tudo.
4 – Se desapegue da necessidade de ter todas as suas vontades atendidas.
5 – Pare de perguntar a origem do seu comportamento problemático e apenas aja na direção contraria dele.
6 – Desista de tentar esquecer as pessoas que passaram na sua vida, você não tem problema de memória, apenas ressignifique a importância que dá a elas.
7 – Aprenda a se comunicar com clareza.
8 – Pare de adotar sua opinião como se fosse uma verdade universal. E assim pare de reclamar (e colocar uma lente de aumento em impasses banais).
9 – Abandone a autoilusão de que é menos do que gostaria de ser ou mais do que realmente é.
10 – Coloque o amor no seu devido lugar e pare de transformar seu relacionamento (ou a falta dele) numa ideia fixa de religião pessoal.
11 – Aprenda a ficar só e enfrentar os seus demônios.
12 – Se você que é anfitrião de sua vida não cuida dela bem não espere que os outros façam diferente.
13 – Se você ainda lamenta dizendo "tudo acontece comigo" entenda que é redundante, afinal tudo o que acontece em sua vida é realmente com você.
14 – Se sua opinião contraria a realidade, abandone sua opinião.
15 – Se a sua imaginação não corresponde aos fatos, fique com os fatos.
16 – Não tente resolver um problema do mesmo jeito que o criou.
17 – Não fique remoendo o passado, um amor frustrado ou uma oportunidade perdida, deixe a vaidade de ter controle sobre o que não tem controle de lado.
18 – Não reclame da inutilidade dessa lista se você nem tentou colocá-la em prática.
19 – Não espere resultado imediato, pois imediatismo é irmão do egocentrismo, provável causa de seus problemas.
20 – Imaginar ou se queixar que os itens da lista são distantes ou impossíveis é o mesmo que dizer "gosto do meu problema, levei muito tempo para criá-lo"


Marcele Caroline

quinta-feira, 14 de março de 2013

Nessa bola redonda e azul onde entram em conflito diuturnamente vaidades e expectativas, sonhos e decepções, projetos e caos; o que se quer efetivamente é um canto quente e silencioso e amoroso para se esconder do barulho e para tentar (em vão?) controlar o medo e afogar as lágrimas e deixar saírem os soluços e descansar do peso dos dias. A rotina delirante na qual somos inseridos torna o ar pesado e em vez de perdermos o folêgo, perdemos a saúde, o sol, a vida enclausurados em escritórios que nos prometem boas recompensas pelo nosso tempo ao final do mês. Acho conversa para boi dormir a história inventada de amar o trabalho de maneira que ele seja lazer. Não dá. Acredito que aconteça para alguns poucos sortudos, assim como amor à primeira vista, príncipe encantado, ganhar na mega sena... Tudo sonho e tudo ilusão. A maior parte de nós vai trabalhar arrastando os pés, cambaleando de sono, doido para estar em outro lugar, fazendo outra coisa com esse tempo que somos obrigado a dar para alguém ou para uma instituição. Para as mães, pior ainda: há a culpa de não estar acompanhando o desenvolvimentos dos pequenos, de não dar tempo de levá-los pesoalmente à natação, de resolver junto com eles as tarefas de casa e etc. Não bastasse isso, a tal da culpa aumenta ainda mais quando percebemos que, ao chegarmos em casa exaustas, depois do dia inteiro fora, não temos paciência para as brincadeiras voadoras e superheróicas propostas por eles. A paciência é mínima (microscópica) para lidar com as birras e brigas e despropósitos dos que estão na mais tenra idade. O ócio total não é o ideal. Não ter nenhum trabalho produtivo seria dolorido e, de certo modo, colocaria em cheque a capacidade intelectual e criativa que atribuímos a nós mesmos. A grande questão é a imposição, a obrigatoriedade e a grande quantidade de horas dispensadas. Repito: ao final do dia, depois de tirar a armadura de mulher inteligente-independente-autônoma, o que se quer é um colo, um abraço, um afago para aliviar a dor e o peso. Quem sabe chorar um pouco, porque a gente também tem medo, também sofre, também se sente pequena e desprotegida. Quem sabe um carinho para colorir um pouco a crueza e o preto e branco dos dias modorrentos de uma semana cheia. É só o amor que justifica a nossa existência e torna a felicidade palpável. Só o amor.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Tão longe, tão perto

por:

IVAN MARTINS

 

Uma vez, faz tempo, tive uma namorada em outra cidade. A cada quinze dias eu subia no avião e a visitava. Era delicioso aquilo tudo – pegar o avião, ser esperado na chegada, matar a saudades e trocar novidades, que sempre eram muitas. Além da relação com ela, havia o contato com a cidade dela, os amigos dela, os lugares que ela preferia. Eu gostava. Quando acabou o namoro, como as coisas boas às vezes acabam, senti falta de tudo. Da mulher, do avião, da cidade. Sobretudo, me fez falta o hiato romântico dos fins de semana intercalados. A vida com ele era mais rica.

 

Em tempos de internet e passagens baratas, estão se tornando alegremente comuns as relações à distância como a que eu tive. Um dos meus amigos namorou recentemente uma moça de Brasília. No trabalho, um colega tinha namorada no Rio. Faz tempo que não sei de ninguém à minha volta que esteja namorando no exterior, mas deve ser pura coincidência - isso se tornou quase banal nos últimos anos. Ela em Paris, você em São Paulo. Ele em Estocolmo, você por aqui – em Goiânia, Porto Alegre ou Salvador. Geografia não é mais destino.

Tem gente que, mesmo casada, passa longos períodos longe do marido ou da mulher. Meses. Nessas temporadas de sublimação, a relação vai de carnal a virtual. Desmaterializa-se, mas segue - pelo Skype, pelo Facebook, pelo email. Casais que vivem assim aprendem a esticar os laços sem rompê-los. Descobrem que sentimentos e compromissos são mais elásticos do que a gente imagina. Assim como a tolerância mútua.

 

O manual dos cínicos sugere, em sua infinita indelicadeza, que morar longe um do outro – bem longe - é a melhor maneira de manter uma relação duradoura. Quanto menos as pessoas se virem, quanto mais curtos os períodos de extrema convivência, (mesma casa, mesmo banheiro, mesmo cama), maior as chances de que continuem a gostar uma da outra. O arranjo perfeito, desse ponto de vista, seria viver em Ipanema e ter a cara metade morando em Dubai, a 14 horas e 55 minutos de distância num voo sem escalas. Não haveria sequer a possibilidade de entediar o outro com as reclamações diárias sobre o trabalho, via internet. Quando você chegasse em casa, às 8 da noite, seriam quatro da manhã por lá.

 

Os cínicos são engraçados, mas mesmo eles sabem que ninguém escolhe viver uma paixão à distância. Isso simplesmente acontece. Uma hora você teve de vir e a pessoa não pôde ou não quis acompanhar. Ou foi o contrário? As amarras práticas da vida são muitas e frequentemente incontornáveis, ao menos de forma instantânea. Conheço gente que fez loucuras para juntar-se de uma hora para outra ao parceiro no exterior, mas são notáveis exceções. E todas tinham menos de 30 anos. Mais anos significam mais laços, e maior dificuldade em desvencilhar-se deles. Tem de ter muito desapego para jogar uma vida pronta para o alto e começar outra do zero, por amor. Em geral as pessoas levam meses ou anos construindo pontes que permitam fazer a travessia.

 

Enquanto não se juntam, os amantes distantes têm experiências notáveis. Encontrar-se a cada par de semanas ou de meses, mesmo uma vez por ano, propicia momentos de enorme romantismo. Um dia você pode se achar parado numa plataforma de trem em Paris, com um buquê de flores na mão. Ou namorando num quarto de hotel suíço, enquanto a neve se acumula na janela. E não se trata apenas de viajar. Quase tudo ganha outro significado. Trocar emails cheios de saudades, manter longas conversas na noite de domingo, mandar presentes pelo correio. Isso tudo é dolorosamente bom. A distância faz crescer a presença do outro dentro de nós, num paradoxo de inspiração newtoniana. Quanto mais longe, mais perto. Quanto menos visível, mais presente. Não é o tipo de coisa que funciona indefinidamente, mas enquanto estamos apaixonados é divino.

 

Isso pode soar meio antiquado, mas a contenção dos sentidos, a impossibilidade do uso do corpo, produz na gente uns refinamentos sentimentais que eu acho bonitos.

 

À distância, em vez de lidar com um ser humano de carne e osso, a gente se relaciona com uma versão imaterial da outra pessoa. O parceiro passa a ser feito de palavras, lembranças e emoções. Nos dias de hoje, em que tudo ficou exageradamente material, isso é uma tremenda novidade. Obriga a perceber o outro de uma maneira que se preocupa mais com a essência do que com a aparência. Permite estimular sentidos e habilidades tão humanos quanto o olhar e o toque, mas que andam negligenciados pela cultura do instantâneo. O espírito prevalece temporariamente sobre a carne. Computadores, câmeras e microfones aproximam, mas eles não equivalem à presença física. Mesmo com vídeo, relações à distância continuam platônicas e idealizadas. É bom que seja assim, para variar um pouquinho.

 

Mais de uma vez já me fizeram a pergunta, e a resposta me parece clara: esse tipo de situação não é para sempre. Nada é, mas os amores à distância sofrem de precariedade ainda maior. Eles são tão sublimes quanto frágeis, porque as leis da Física são fortes ao nosso redor. Os outros corpos nos atraem e tendemos a construir na nossa vizinhança. Emocionalmente, o espaço criado por relações imateriais trabalha contra elas. Não se trata de uma questão de chifres ou traições. Acho que as pessoas que se amam e vivem longe uma da outra aprendem a lidar com a fidelidade de outra maneira. O problema real é ser atraído a fazer a vida com quem está por perto. O problema é a vontade de transformar em realidade a expectativa de uma vida comum. O problema, enfim, é a brevidade da nossa existência e o desejo de fazer com ela aquilo que todo mundo faz: dormir junto, montar casa, fazer filhos, ter uma família. A existência humana em toda parte está baseada em convívio e rotina. No longo prazo a necessidade dessas coisas se impõe – ao menos enquanto a tecnologia (quem sabe?), não nos ajudar a fazer de outro jeito.

 

Mesmo assim, ou talvez por causa de todos os problemas, eu recomendo. Da minha breve experiência de namorar na ponte aérea ficaram lembranças e percepções bonitas. Os amigos e amigas me contam experiências ainda mais tocantes, registradas em diferentes idiomas e paisagens. Eu gosto disso. É um dos privilégios de viver num mundo globalizado e num planeta cortado por aviões. Os meus avós (seus bisavós, provavelmente) se casavam com pessoas que viviam a menos de dois quilômetros de distância. E viviam sob regras morais e sociais que inibiam qualquer experimentação. As possibilidades de escolha eram reduzidas. Hoje temos acesso ao mundo inteiro, e a cultura nos permite fazer o que quisermos. Não é o caso de viver o tempo inteiro como se ainda estivéssemos no século XIX, não? 

segunda-feira, 4 de março de 2013

Pedido de desculpas

Um mês sem escrever. Tenho certeza de que fazia muito tempo que não parava tanto tempo assim. É que quando a vida embala e faz com que os dias corram em música boa e, mesmo com problemas corriqueiros e pontuais, mesmo com dissabores, e mesmo que não haja plenitude em todos os campos, a vida vai doce e mansa, é aí que falta assunto, falta tempo, falta a falta, o buraco, a dor. Eu sou péssima para escrever quando tudo vai bem.
 
Curo a dor na verborragia. Só ela cicatriza. Não como direito. Arrumo-me e me visto mecanicamente em frente ao espelho.  Arrasto-me pelos cantos do mundo batendo os saltos de sempre de maneira ritmada e modorrenta. E escrevo, e molho o teclado, e vomito as palavras no branco da tela do computador. Exorcizo o que me consome. Jogo fora de mim aquilo que me machuca pronfundo e inteira.
 
Quando a vida é doce e traquila e feliz, eu só quero viver. Absorver cada segundo da felicidade como se possível fosse enquadrá-la, congelá-la, prendê-la de uma vez por todas dentro de mim. Eu vivo a felicidade de maneira intensa. Parece que a vida fica mais gostosa, os sabores mais saborosos, os sorrisos mais abertos. Eu vivo plena, gorda, feliz. Não dá tempo de parar pra escrever quando tenho tantas gargalhadas a dar, tantos corpos pra abraçar, tantos beijos roubados a roubar.
 
Simplesmente não preciso escrever sobre o que me faz bem porque isso eu não quero colocar pra fora, eu quero é deixar dentro de mim o máximo de tempo possível.
 
Desculpem-me, queridos amigos e leitores. Eu tô vivendo. Dentro de mim, tem uma festa privê acontecendo. Dentro de mim, balões e serpentinas e confetes embalam um carnaval sem fim. Espero mesmo que ele não termine nunca mais.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Completamente de acordo

Temos muita dificuldade em fazer as coisas de maneira correta. Sempre queremos um atalho, uma maneira mais rápida de conseguir isso ou aquilo. Achamos que a vida é um jogo de truco e apostamos na esperteza, acreditando piamente que quem perde realmente merece por ser tolo demais. Todo mundo tem justificativa pra tudo. Somos os reis das finalidades importantíssimas e julgamos que nossos motivos devem estar acima dos motivos dos outros. O trânsito é um dos melhores cenários pra vermos de camarote toda a boçalidade da nossa raça. Diminuímos no radar e aceleramos logo em seguida, paramos o carro na vaga de idosos porque é rapidinho, enfiamos nossas caminhonetes importadíssimas numa fila dupla porque nosso filho está saindo da escola e ele não pode andar meio quarteirão até onde há uma vaga adequada. Enchemos a cara e tentamos burlar a polícia às gargalhadas. Xingamos os velhos, os novos, as mulheres, os aprendizes de motorista, e tudo justificado, pois eles são o que são e isso já basta. Roubamos direta ou indiretamente dos nossos patrões achando que eles não sentirão falta porque, afinal de conta, são patrões. Roubamos os nossos funcionários, exigindo trabalho grátis, pois eles são apenas funcionários. Furamos a fila do restaurante porque somente a nossa hora de almoço é apertada. Enquanto sustentarmos a certeza de que o mundo gira ao redor do nosso umbigo, teremos a falsa impressão de que estamos ganhando o jogo. Mas é bom lembrar também que, independente do que acreditamos ou deixamos de acreditar, a lei do retorno é sempre válida e não faz distinção. Roubou, um dia vai devolver, em tempo, em energia, em dinheiro, em saúde. A vida costuma ter várias moedas de troca. Chegará uma hora que outro espertinho vai parar na sua vaga. E aí você se sentirá mais injustiçado do que todo o resto do mundo. A gente curte um teatrinho, né? Depois do espertalhão, o papel que mais bem desempenhamos é o de pobre coitado.

 

From:
http://www.maejaacabei.com/

 

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

É preciso continuar falando sobre Santa Maria

Eu escrevi há alguns dias, quando a minha tragédia pessoal fez aniversário, uma frase de Humberto Maturana que diz: "Cada vez que um ser humano morre, um mundo humano desaparece". Lá em Santa Maria, foram mais de duzentos mundos que sumiram. E aí, a gente fica aqui, em frente à TV ou à tela do computador, pensando na dor daqueles que perderam entes queridos. Mães, pais, amigos, netos, filhos, namorados e maridos. Gente que tá no olho do furacão, sem chão, sem esperança, sem nada.
 
Diante da tragédia, a gente se sente mesmo injustiçado pela vida, por Deus e pelo mundo. E, nesse momento, são milhares de pessoas injustiçadas e com um abismo dentro de si, o buraco negro da saudade. Para quem perde alguém assim, de repente, o que fica é uma dor sem fim que precisa ser vivida, exteriorizada, sofrida para, quem sabe, algum dia, curar. Não adianta o papo de que "os bons morrem jovens", de que "está em um lugar melhor", que "são os desígnios de Deus"... O enlutado precisa de ombros, afeto e paciência de quem se dispõe a ouvi-lo chorar, falar do ente que se foi e sofrer.
 
Sofrer é preciso e continuar falando desses jovens também. Saber que tem gente que se preocupa com a investigação; saber que a sociedade civil se solidarizou e sofre em conjunto e clama pela averiguação das causas do acidente e pela punição dos infratores; saber que, a partir de agora, as casas serão vistoriadas e que as regras serão cumpridas; saber que outras vidas serão poupadas; saber que tem gente acompanhando e cobrando das autoridades essas providências todas, quando o enlutado mal consegue respirar, são grandes gestos que podem amenizar o desespero do luto.
 
A dor permanece e, repito, é preciso vivê-la. Não passa, mas diminui. Não vai embora nunca mais, mas se torna suportável, passa a caber dentro da gente. É preciso continuar falando sobre Santa Maria até mesmo para cumprir o clichê acalentador de que a morte desse jovens todos não pode ser em vão, até mesmo para que tantas pessoas que permanecem aqui com suas vidas partidas sintam-se acarinhadas por desconhecidos solidários, até mesmo para que o Brasil reflita sobre o nosso cultural jeitinho brasileiro que permite escapadas tangenciais para coisas que deveriam ser (cor)retas.
 
É preciso continuar falando sobre Santa Maria para que nenhum sofrimento humano seja em vão e para que os mundos que desapareceram continuem sendo lembrados para sempre.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

A gente tarda, mas não falha!

Recebi da Mirys (minha irmã que mora longe, irmã de alma e de dor, irmã daquelas que sabe e-xa-ta-ment-te como a gente se sente).

1 - Como escolheu o nome do seu blog?
Há alguns anos, eu vivi uma tempestade justamente no lugar onde eu queria ficar pelo resto da minha vida. O fundo do poço está descrito no blog (www.naoquerooutrolugar.blogspot.com). Criei este blog quando as coisas arrefeceram e o sol surgiu após o dilúvio anterior. (Adoro metáforas...)

2 - Há quanto tempo tem seu blog?
Tenho blogs há muitos anos, desde 2004. O primeiro, o blog rosa, chamava-se "Aberta ao Mundo" e contava histórias de uma menina de 20 e poucos anos e solteira na pista. Depois, em 2006, eu criei o "Não quero merecer outro lugar" para contar todas as transformações por que passou aquela menina para se transformar em mulher-mãe-esposa-profissional. E em janeiro de 2011, surgiu o "Céu azul".

3 - Como você divulga seu blog?
Não divulgo. As pessoas chegam por acaso e tenho alguns leitores fiéis que me acompanham desde o blog rosa. Tive muitos problemas com anônimos e pessoas que acham que sua vida vira uma obra aberta porque você se dedica a contar uma pequena parte dela e do que sente na internet. Então, prefiro nem divulgar. Lê quem quer e, quem lê e vem com energia boa e do bem, é sempre bem vindo. Para os demais, o X no canto superior direito é a serventia da casa.

4 - Quais assuntos têm mais visualização no seu blog?
Não costumo acompanhar nem as visualisações nem o número de visitas, mas percebo que os posts tristes e melancólicos geram mais comentários.

5 - O que motivou você a criar o blog?
Exorcizar meus próprios sentimentos. Escrever é uma forma de racionalizar e eu sou muito racional, embora seja impulsiva. (louca define)

6 - Onde você mora?
Em Fortaleza, mas sonhando "de com força" com o planalto central.

7 - Quais os seus objetivos com o blog?
O blog tem efeito terapêutico pra mim. Portanto, não tenho grandes pretensões além dessa de colocar para fora aquilo que extravaza.

8 - Quais blogs você visita frequentemente?
Tenho uma lista com mais de 50 blogs que visito diariamente. Não vou copiar tudo aqui.

9 - O que te inspira para criar os posts?
A vida louca vida nossa de cada dia

10 - Além do blog, tem alguma outra ocupação? Se sim, quais?
O blog não é uma ocupação nem me sinto mais uma blogueira. Eu sou uma pessoa comum que tem um blog. Mas, em horário comercial, sou advogada em um fundo de pensão.

11 - O que mais gosta de fazer nos finais de semana?
Curtir os meninos e não fazer nada, não ter horário, não ter que absolutamente coisa nenhuma.
 
12 - Gosta de café?
Eu tomo, de manhã, só pra acordar.

13 - Pretende fazer algo, em 2013, para o blog?
Tentar voltar a escrever mais.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Três anos

"Cada vez que um ser humano morre, um mundo humano desaparece."

(Humberto Maturana)

 
E os laços são rompidos e buracos se abrem na vida das pessoas que conviveram e a vida segue meio que a contragosto, aos trancos e barrancos... Cada vez que um ser humano morre alguém perde o chão, o rumo, o norte; alguém se torna viúvo(a), órfão, metade. A vida não é mais a mesma depois de ter de lidar com a irreversibilidade da morte, acordar e dormir com o peso da ausência e a extravagância da dor da saudade. Os anos passam, já foram três. Os buracos são parcialmente preenchidos. A dor da saudade não é mais avassaladora e incapacitante. As lágrimas não caem mais quentes e grossas como antes. O mundo gira ininterruptamente e as coisas vão se encaixando em seus lugares. As pessoas descobrem formas de se acostumar com aquilo que não tem solução. Olhar para trás e sentir uma dorzinha, uma lágrima descer, um gosto doce e bom pelo que foi torna a adoçicar a vida e isso tudo é natural. Mas não há mais lugar, nem tempo, nem modo de voltar lá ou de trazer pra cá. Surge então a compreensão de que as coisas são como devem ser. E já disseram por aí que o que tem que ser tem muita força. Dá saudade sim nessas datas redondinhas, dá uma nostalgia absurda, dá até vontade de voltar lá no fantástico mundo do futuro do pretérito e se, se, se... Porém, o presente se tornou tão pleno e bonito, tão real e humano, tão forte e pulsante que não. São três anos já e a vida mudou. O coração arde e deseja que, onde quer que esteja, haja paz e a compreensão da incoerência do mundo. Nem esse adeus que aparta em dois lados o tempo e o espaço de duas pessoas tem o poder de apagar da memória a lembrança da felicidade que existiu. Então, que seja doce, que haja paz, que receba todo o amor que lhe foi e é devotado e esteja em Deus. Um dia, por certo, será possível reunirmo-nos num outro nível de vínculo. É essa a minha fé e a minha esperança.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Riqueza

Alguém já disse, não sei onde eu vi, que ser rico é ter tempo. E eu concordo. Tempo para espreguiçar na cama até a hora que o corpo quiser, em vez de dar um pulo com o despertador berrando. Tempo para curtir uma praia no meio da semana, em vez de ficar trancafiado num escritório congelante. Tempo para brincar com os filhos no fim de tarde, em vez de apenas ouvi-los por telefone. Tempo para ler aquela lista de livros que sempre quis ler, em vez de emails formais. Tempo para trabalhar e produzir algo de útil para o mundo, em vez de repetir à exaustão a mesma coisa todo dia, 8 horas por dia, 11 meses por ano. Tempo para planejar um jantar a dois, em vez de comer qualquer coisa em qualquer canto. Tempo para ir ao salão de beleza e fazer feira. Sem essa correria, sem essa agonia, sem ficar olhando para o relógio a cada cinco minutos e sentindo o tempo todo o peso de estar atrasado. Sem ter que engolir a comida, em vez de saboreá-la. Tempo para viver a vida, em vez de passar correndo por ela.

Definitivamente, eu sou pobre, pobre, pobre de marré deci.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Que bom!

Exercício da liberdade

Compromisso com uma pessoa é permitir que o outro entre na nossa vida. É sonhar junto sem se sentir ameaçado, marcar um horário sem se sentir controlado, dividir o espaço sem se sentir invadido. Compromisso não é 'falta' de liberdade. Compromisso é o 'exercício' da liberdade de estar com alguém.

Por
Luiz Carvalho Nogueira
 

E compromisso é reforçar esse sentimento e esta entrega a cada dia. É descobrir mais e mais motivos porque vale a pena. Vale muito a pena. É descobrir que o mundo gira, as pessoas mudam, gente entra e sai da sua vida e você continua com esse estranho sentimento que faz não querer merecer outro lugar. Que alegria andar nas nuvens sem tirar os pés do chão. Que bom que enfim a felicidade no superlativo máximo possível e no gerúndio. Que bom.