tag:blogger.com,1999:blog-20044066938944688052024-03-13T08:58:51.962-03:00Céu azul após a tempestadePorque não chove para sempre...Celehttp://www.blogger.com/profile/13929787808306768965noreply@blogger.comBlogger288125tag:blogger.com,1999:blog-2004406693894468805.post-46028166759487723772013-04-05T17:43:00.001-03:002013-04-05T17:43:38.863-03:0020 dicas<div dir='ltr'> <style><!-- .hmmessage P { margin:0px; padding:0px } body.hmmessage { font-size: 10pt; font-family:Tahoma } --></style> <div dir="ltr"><h1 class="entry-title"><time><font style="font-size: 12pt;" size="3">Achei super pertinente e válido. Acho que vale para cada um, para todo mundo e, por isso, publico aqui nesse meu espaço e repito para mim mesma sempre que posso. A vida é dura, mas a gente é forte. E assim, conseguimos encontrar a doçura, a alegria, o amor pelo caminho.</font></time></h1><div class="entry-meta"><time></time> </div><div class="entry-meta"><time><font style="font-size: 16pt;" size="4"><strong>20 dicas para resolver seus problemas de verdade</strong></font></time></div><div class="entry-meta"><time></time> </div><div class="entry-meta"><time>Publicado em 18 de fevereiro de 2013</time> por <span class="author"><a href="http://www.entendaoshomens.com.br/author/frederico-mattos/">Frederico Mattos</a></span></div><div class="entry-content"><div class="jabah jabah-quadrado"> </div> 1 – Não tenha <strong>dó de si</strong> (enfrente o que existe de difícil na sua vida).<br>2 – Olhe os outros pelos outros (e não pelo que interessam a você).<br>3 – Deixe um pouco de lado seu vício de colocar seus desejos acima de tudo.<br>4 – Se desapegue da necessidade de ter todas as suas <strong>vontades atendidas</strong>.<br>5 – Pare de perguntar a origem do seu comportamento problemático e apenas aja na direção contraria dele.<br>6 – Desista de tentar esquecer as pessoas que passaram na sua vida, <strong>você não tem problema de memória</strong>, apenas ressignifique a importância que dá a elas.<br>7 – Aprenda a se comunicar com clareza.<br>8 – Pare de adotar sua opinião como se fosse uma verdade universal. E assim pare de reclamar (e colocar uma lente de aumento em impasses banais).<br>9 – Abandone a autoilusão de que é menos do que gostaria de ser ou mais do que realmente é.<br>10 – Coloque o amor no seu devido lugar e pare de transformar seu relacionamento (ou a falta dele) numa ideia fixa de religião pessoal.<br>11 – Aprenda a ficar só e <strong>enfrentar os seus demônios.</strong><br>12 – Se você que é <strong>anfitrião de sua vida</strong> não cuida dela bem não espere que os outros façam diferente.<br>13 – Se você ainda lamenta dizendo "tudo acontece comigo" entenda que é redundante, afinal tudo o que acontece em sua vida é realmente com você.<br>14 – Se sua opinião contraria a realidade, <strong>abandone sua opinião.</strong><br>15 – Se a sua imaginação não corresponde aos fatos, fique com os fatos.<br>16 – Não tente resolver um problema do mesmo jeito que o criou.<br>17 – Não fique remoendo o passado, um amor frustrado ou uma oportunidade perdida, <strong>deixe a vaidade de ter controle sobre o que não tem controle de lado.</strong><br>18 – Não reclame da inutilidade dessa lista se você nem tentou colocá-la em prática.<br>19 – Não espere resultado imediato, pois imediatismo é<strong> irmão do egocentrismo</strong>, provável causa de seus problemas.<br>20 – Imaginar ou se queixar que os itens da lista são distantes ou impossíveis é o mesmo que dizer "gosto do meu problema, levei muito tempo para criá-lo"<br><br><br></div><div><em><font color="#ff0099" size="2" face="Lucida Handwriting, Cursive">Marcele Caroline</font></em></div></div> </div>Celehttp://www.blogger.com/profile/13929787808306768965noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-2004406693894468805.post-27434341976261677152013-03-14T11:05:00.001-03:002013-03-14T11:05:20.983-03:00<div dir='ltr'> Nessa bola redonda e azul onde entram em conflito diuturnamente vaidades e expectativas, sonhos e decepções, projetos e caos; o que se quer efetivamente é um canto quente e silencioso e amoroso para se esconder do barulho e para tentar (em vão?) controlar o medo e afogar as lágrimas e deixar saírem os soluços e descansar do peso dos dias. A rotina delirante na qual somos inseridos torna o ar pesado e em vez de perdermos o folêgo, perdemos a saúde, o sol, a vida enclausurados em escritórios que nos prometem boas recompensas pelo nosso tempo ao final do mês. Acho conversa para boi dormir a história inventada de amar o trabalho de maneira que ele seja lazer. Não dá. Acredito que aconteça para alguns poucos sortudos, assim como amor à primeira vista, príncipe encantado, ganhar na mega sena... Tudo sonho e tudo ilusão. A maior parte de nós vai trabalhar arrastando os pés, cambaleando de sono, doido para estar em outro lugar, fazendo outra coisa com esse tempo que somos obrigado a dar para alguém ou para uma instituição. Para as mães, pior ainda: há a culpa de não estar acompanhando o desenvolvimentos dos pequenos, de não dar tempo de levá-los pesoalmente à natação, de resolver junto com eles as tarefas de casa e etc. Não bastasse isso, a tal da culpa aumenta ainda mais quando percebemos que, ao chegarmos em casa exaustas, depois do dia inteiro fora, não temos paciência para as brincadeiras voadoras e superheróicas propostas por eles. A paciência é mínima (microscópica) para lidar com as birras e brigas e despropósitos dos que estão na mais tenra idade. O ócio total não é o ideal. Não ter nenhum trabalho produtivo seria dolorido e, de certo modo, colocaria em cheque a capacidade intelectual e criativa que atribuímos a nós mesmos. A grande questão é a imposição, a obrigatoriedade e a grande quantidade de horas dispensadas. Repito: ao final do dia, depois de tirar a armadura de mulher inteligente-independente-autônoma, o que se quer é um colo, um abraço, um afago para aliviar a dor e o peso. Quem sabe chorar um pouco, porque a gente também tem medo, também sofre, também se sente pequena e desprotegida. Quem sabe um carinho para colorir um pouco a crueza e o preto e branco dos dias modorrentos de uma semana cheia. É só o amor que justifica a nossa existência e torna a felicidade palpável. Só o amor. </div>Celehttp://www.blogger.com/profile/13929787808306768965noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2004406693894468805.post-58726395869445000752013-03-08T15:26:00.001-03:002013-03-08T15:26:30.247-03:00Tão longe, tão perto <div dir='ltr'> <h2 style="margin: 0px; padding: 2px 0px 0px 1px; outline: 0px; color: rgb(102, 102, 102); line-height: 18px; letter-spacing: 0px; font-family: Arial; font-size: 16px; font-weight: normal; background-color: transparent;">por:</h2><div style="margin: 0px 0px 10px; padding: 0px; outline: 0px; width: 620px; line-height: 12px; overflow: hidden; font-family: arial,helvetica,freesans,sans-serif; font-size: 12px; border-top-width: 0px;"><div style="margin: 0px 0px 0.5em; padding: 0px; outline: 0px; width: 39.33em; font-family: inherit; float: left; min-width: 472px; background-color: transparent;"><p style="margin: 0px; padding: 0px; outline: 0px; color: rgb(102, 102, 102); font-family: inherit; font-size: 0.91em; background-color: transparent;"><strong style="margin: 0px; padding: 0.25em 0px 0px; outline: 0px; color: rgb(45, 45, 45); letter-spacing: 0em; font-family: inherit; background-color: transparent;">IVAN MARTINS</strong></p></div></div><div style="margin: 0px; padding: 0px; outline: 0px; line-height: 12px; clear: both; font-family: arial,helvetica,freesans,sans-serif; font-size: 12px; min-height: 30px;"></div><div style="margin: 0px; padding: 0px; outline: 0px; line-height: 12px; font-family: arial,helvetica,freesans,sans-serif; font-size: 12px;"><div style="margin: 0px; padding: 0px; outline: 0px; font-family: inherit; background-color: transparent;"><div style="margin: 0px; padding: 0px; outline: 0px; font-family: inherit; background-color: transparent;"><p style="margin: 0px; padding: 0px 0px 18px; outline: 0px; color: rgb(33, 33, 33); line-height: 18px; letter-spacing: 0px; font-family: inherit; font-size: 14px; background-color: transparent;"> </p><p style="margin: 0px; padding: 0px 0px 18px; outline: 0px; color: rgb(33, 33, 33); line-height: 18px; letter-spacing: 0px; font-family: inherit; font-size: 14px; background-color: transparent;">Uma vez, faz tempo, tive uma namorada em outra cidade. A cada quinze dias eu subia no avião e a visitava. Era delicioso aquilo tudo – pegar o avião, ser esperado na chegada, matar a saudades e trocar novidades, que sempre eram muitas. Além da relação com ela, havia o contato com a cidade dela, os amigos dela, os lugares que ela preferia. Eu gostava. Quando acabou o namoro, como as coisas boas às vezes acabam, senti falta de tudo. Da mulher, do avião, da cidade. Sobretudo, me fez falta o hiato romântico dos fins de semana intercalados. A vida com ele era mais rica.</p><p style="margin: 0px; padding: 0px 0px 18px; outline: 0px; color: rgb(33, 33, 33); line-height: 18px; letter-spacing: 0px; font-family: inherit; font-size: 14px; background-color: transparent;"> </p><p style="margin: 0px; padding: 0px 0px 18px; outline: 0px; color: rgb(33, 33, 33); line-height: 18px; letter-spacing: 0px; font-family: inherit; font-size: 14px; background-color: transparent;">Em tempos de internet e passagens baratas, estão se tornando alegremente comuns as relações à distância como a que eu tive. Um dos meus amigos namorou recentemente uma moça de Brasília. No trabalho, um colega tinha namorada no Rio. Faz tempo que não sei de ninguém à minha volta que esteja namorando no exterior, mas deve ser pura coincidência - isso se tornou quase banal nos últimos anos. Ela em Paris, você em São Paulo. Ele em Estocolmo, você por aqui – em Goiânia, Porto Alegre ou Salvador. Geografia não é mais destino. <br style="margin: 0px; padding: 0px; outline: 0px; font-family: inherit; background-color: transparent;"><br style="margin: 0px; padding: 0px; outline: 0px; font-family: inherit; background-color: transparent;">Tem gente que, mesmo casada, passa longos períodos longe do marido ou da mulher. Meses. Nessas temporadas de sublimação, a relação vai de carnal a virtual. Desmaterializa-se, mas segue - pelo Skype, pelo Facebook, pelo email. Casais que vivem assim aprendem a esticar os laços sem rompê-los. Descobrem que sentimentos e compromissos são mais elásticos do que a gente imagina. Assim como a tolerância mútua.</p><p style="margin: 0px; padding: 0px 0px 18px; outline: 0px; color: rgb(33, 33, 33); line-height: 18px; letter-spacing: 0px; font-family: inherit; font-size: 14px; background-color: transparent;"> </p><p style="margin: 0px; padding: 0px 0px 18px; outline: 0px; color: rgb(33, 33, 33); line-height: 18px; letter-spacing: 0px; font-family: inherit; font-size: 14px; background-color: transparent;">O manual dos cínicos sugere, em sua infinita indelicadeza, que morar longe um do outro – bem longe - é a melhor maneira de manter uma relação duradoura. Quanto menos as pessoas se virem, quanto mais curtos os períodos de extrema convivência, (mesma casa, mesmo banheiro, mesmo cama), maior as chances de que continuem a gostar uma da outra. O arranjo perfeito, desse ponto de vista, seria viver em Ipanema e ter a cara metade morando em Dubai, a 14 horas e 55 minutos de distância num voo sem escalas. Não haveria sequer a possibilidade de entediar o outro com as reclamações diárias sobre o trabalho, via internet. Quando você chegasse em casa, às 8 da noite, seriam quatro da manhã por lá. </p><p style="margin: 0px; padding: 0px 0px 18px; outline: 0px; color: rgb(33, 33, 33); line-height: 18px; letter-spacing: 0px; font-family: inherit; font-size: 14px; background-color: transparent;"> </p><p style="margin: 0px; padding: 0px 0px 18px; outline: 0px; color: rgb(33, 33, 33); line-height: 18px; letter-spacing: 0px; font-family: inherit; font-size: 14px; background-color: transparent;">Os cínicos são engraçados, mas mesmo eles sabem que ninguém escolhe viver uma paixão à distância. Isso simplesmente acontece. Uma hora você teve de vir e a pessoa não pôde ou não quis acompanhar. Ou foi o contrário? As amarras práticas da vida são muitas e frequentemente incontornáveis, ao menos de forma instantânea. Conheço gente que fez loucuras para juntar-se de uma hora para outra ao parceiro no exterior, mas são notáveis exceções. E todas tinham menos de 30 anos. Mais anos significam mais laços, e maior dificuldade em desvencilhar-se deles. Tem de ter muito desapego para jogar uma vida pronta para o alto e começar outra do zero, por amor. Em geral as pessoas levam meses ou anos construindo pontes que permitam fazer a travessia. </p><p style="margin: 0px; padding: 0px 0px 18px; outline: 0px; color: rgb(33, 33, 33); line-height: 18px; letter-spacing: 0px; font-family: inherit; font-size: 14px; background-color: transparent;"> </p><p style="margin: 0px; padding: 0px 0px 18px; outline: 0px; color: rgb(33, 33, 33); line-height: 18px; letter-spacing: 0px; font-family: inherit; font-size: 14px; background-color: transparent;"><span style="letter-spacing: 0px; font-family: inherit; background-color: transparent;">Enquanto não se juntam, os amantes distantes têm experiências notáveis. Encontrar-se a cada par de semanas ou de meses, mesmo uma vez por ano, propicia momentos de enorme romantismo. Um dia você pode se achar parado numa plataforma de trem em Paris, com um buquê de flores na mão. Ou namorando num quarto de hotel suíço, enquanto a neve se acumula na janela. E não se trata apenas de viajar. Quase tudo ganha outro significado. Trocar emails cheios de saudades, manter longas conversas na noite de domingo, mandar presentes pelo correio. Isso tudo é dolorosamente bom. A distância faz crescer a presença do outro dentro de nós, num paradoxo de inspiração newtoniana. Quanto mais longe, mais perto. Quanto menos visível, mais presente. Não é o tipo de coisa que funciona indefinidamente, mas enquanto estamos apaixonados é divino. </span></p><p style="margin: 0px; padding: 0px 0px 18px; outline: 0px; color: rgb(33, 33, 33); line-height: 18px; letter-spacing: 0px; font-family: inherit; font-size: 14px; background-color: transparent;"><span style="letter-spacing: 0px; font-family: inherit; background-color: transparent;"></span> </p><p style="margin: 0px; padding: 0px 0px 18px; outline: 0px; color: rgb(33, 33, 33); line-height: 18px; letter-spacing: 0px; font-family: inherit; font-size: 14px; background-color: transparent;"><span style="letter-spacing: 0px; font-family: inherit; background-color: transparent;"></span>Isso pode soar meio antiquado, mas a contenção dos sentidos, a impossibilidade do uso do corpo, produz na gente uns refinamentos sentimentais que eu acho bonitos. </p><p style="margin: 0px; padding: 0px 0px 18px; outline: 0px; color: rgb(33, 33, 33); line-height: 18px; letter-spacing: 0px; font-family: inherit; font-size: 14px; background-color: transparent;"> </p><p style="margin: 0px; padding: 0px 0px 18px; outline: 0px; color: rgb(33, 33, 33); line-height: 18px; letter-spacing: 0px; font-family: inherit; font-size: 14px; background-color: transparent;">À distância, em vez de lidar com um ser humano de carne e osso, a gente se relaciona com uma versão imaterial da outra pessoa. O parceiro passa a ser feito de palavras, lembranças e emoções. Nos dias de hoje, em que tudo ficou exageradamente material, isso é uma tremenda novidade. Obriga a perceber o outro de uma maneira que se preocupa mais com a essência do que com a aparência. Permite estimular sentidos e habilidades tão humanos quanto o olhar e o toque, mas que andam negligenciados pela cultura do instantâneo. O espírito prevalece temporariamente sobre a carne. Computadores, câmeras e microfones aproximam, mas eles não equivalem à presença física. Mesmo com vídeo, relações à distância continuam platônicas e idealizadas. É bom que seja assim, para variar um pouquinho. </p><p style="margin: 0px; padding: 0px 0px 18px; outline: 0px; color: rgb(33, 33, 33); line-height: 18px; letter-spacing: 0px; font-family: inherit; font-size: 14px; background-color: transparent;"> </p><p style="margin: 0px; padding: 0px 0px 18px; outline: 0px; color: rgb(33, 33, 33); line-height: 18px; letter-spacing: 0px; font-family: inherit; font-size: 14px; background-color: transparent;">Mais de uma vez já me fizeram a pergunta, e a resposta me parece clara: esse tipo de situação não é para sempre. Nada é, mas os amores à distância sofrem de precariedade ainda maior. Eles são tão sublimes quanto frágeis, porque as leis da Física são fortes ao nosso redor. Os outros corpos nos atraem e tendemos a construir na nossa vizinhança. Emocionalmente, o espaço criado por relações imateriais trabalha contra elas. Não se trata de uma questão de chifres ou traições. Acho que as pessoas que se amam e vivem longe uma da outra aprendem a lidar com a fidelidade de outra maneira. O problema real é ser atraído a fazer a vida com quem está por perto. O problema é a vontade de transformar em realidade a expectativa de uma vida comum. O problema, enfim, é a brevidade da nossa existência e o desejo de fazer com ela aquilo que todo mundo faz: dormir junto, montar casa, fazer filhos, ter uma família. A existência humana em toda parte está baseada em convívio e rotina. No longo prazo a necessidade dessas coisas se impõe – ao menos enquanto a tecnologia (quem sabe?), não nos ajudar a fazer de outro jeito. </p><p style="margin: 0px; padding: 0px 0px 18px; outline: 0px; color: rgb(33, 33, 33); line-height: 18px; letter-spacing: 0px; font-family: inherit; font-size: 14px; background-color: transparent;"> </p><p style="margin: 0px; padding: 0px 0px 18px; outline: 0px; color: rgb(33, 33, 33); line-height: 18px; letter-spacing: 0px; font-family: inherit; font-size: 14px; background-color: transparent;">Mesmo assim, ou talvez por causa de todos os problemas, eu recomendo. Da minha breve experiência de namorar na ponte aérea ficaram lembranças e percepções bonitas. Os amigos e amigas me contam experiências ainda mais tocantes, registradas em diferentes idiomas e paisagens. Eu gosto disso. É um dos privilégios de viver num mundo globalizado e num planeta cortado por aviões. Os meus avós (seus bisavós, provavelmente) se casavam com pessoas que viviam a menos de dois quilômetros de distância. E viviam sob regras morais e sociais que inibiam qualquer experimentação. As possibilidades de escolha eram reduzidas. Hoje temos acesso ao mundo inteiro, e a cultura nos permite fazer o que quisermos. Não é o caso de viver o tempo inteiro como se ainda estivéssemos no século XIX, não? </p></div></div></div> </div>Celehttp://www.blogger.com/profile/13929787808306768965noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2004406693894468805.post-57883820469228771092013-03-04T17:38:00.001-03:002013-03-04T17:38:18.733-03:00Pedido de desculpas<div dir='ltr'> <div><span class="st">Um mês sem escrever. Tenho certeza de que fazia muito tempo que não parava tanto tempo assim. É que quando a vida embala e faz com que os dias corram em música boa e, mesmo com problemas corriqueiros e pontuais, mesmo com dissabores, e mesmo que não haja plenitude em todos os campos, a vida vai doce e mansa, é aí que falta assunto, falta tempo, falta a falta, o buraco, a dor. Eu sou péssima para escrever quando tudo vai bem. </span></div><div><span class="st"></span> </div><div><span class="st">Curo a dor na verborragia. Só ela cicatriza. Não como direito. Arrumo-me e me visto mecanicamente em frente ao espelho. Arrasto-me pelos cantos do mundo batendo os saltos de sempre de maneira ritmada e modorrenta. E escrevo, e molho o teclado, e vomito as palavras no branco da tela do computador. Exorcizo o que me consome. Jogo fora de mim aquilo que me machuca pronfundo e inteira.</span></div><div><span class="st"></span> </div><div><span class="st">Quando a vida é doce e traquila e feliz, eu só quero viver. Absorver cada segundo da felicidade como se possível fosse enquadrá-la, congelá-la, prendê-la de uma vez por todas dentro de mim. Eu vivo a felicidade de maneira intensa. Parece que a vida fica mais gostosa, os sabores mais saborosos, os sorrisos mais abertos. Eu vivo plena, gorda, feliz. Não dá tempo de parar pra escrever quando tenho tantas gargalhadas a dar, tantos corpos pra abraçar, tantos beijos roubados a roubar. </span></div><div><span class="st"></span> </div><div><span class="st">Simplesmente não preciso escrever sobre o que me faz bem porque isso eu não quero colocar pra fora, eu quero é deixar dentro de mim o máximo de tempo possível.</span></div><div><span class="st"></span> </div><div><span class="st">Desculpem-me, queridos amigos e leitores. Eu tô vivendo. Dentro de mim, tem uma festa privê acontecendo. Dentro de mim, balões e serpentinas e confetes embalam um carnaval sem fim. Espero mesmo que ele não termine nunca mais.</span></div> </div>Celehttp://www.blogger.com/profile/13929787808306768965noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-2004406693894468805.post-21167974195039196102013-02-04T08:25:00.001-03:002013-02-04T08:25:49.731-03:00Completamente de acordo<div dir='ltr'> <style><!-- .hmmessage P { margin:0px; padding:0px } body.hmmessage { font-size: 10pt; font-family:Tahoma } --></style> <div dir="ltr"><h3 class="post-title entry-title"><em><font size="2">Temos muita dificuldade em fazer as coisas de maneira correta. Sempre queremos um atalho, uma maneira mais rápida de conseguir isso ou aquilo. Achamos que a vida é um jogo de truco e apostamos na esperteza, acreditando piamente que quem perde realmente merece por ser tolo demais. Todo mundo tem justificativa pra tudo. Somos os reis das finalidades importantíssimas e julgamos que nossos motivos devem estar acima dos motivos dos outros. O trânsito é um dos melhores cenários pra vermos de camarote toda a boçalidade da nossa raça. Diminuímos no radar e aceleramos logo em seguida, paramos o carro na vaga de idosos porque é rapidinho, enfiamos nossas caminhonetes importadíssimas numa fila dupla porque nosso filho está saindo da escola e ele não pode andar meio quarteirão até onde há uma vaga adequada. Enchemos a cara e tentamos burlar a polícia às gargalhadas. Xingamos os velhos, os novos, as mulheres, os aprendizes de motorista, e tudo justificado, pois eles são o que são e isso já basta. Roubamos direta ou indiretamente dos nossos patrões achando que eles não sentirão falta porque, afinal de conta, são patrões. Roubamos os nossos funcionários, exigindo trabalho grátis, pois eles são apenas funcionários. Furamos a fila do restaurante porque somente a nossa hora de almoço é apertada. Enquanto sustentarmos a certeza de que o mundo gira ao redor do nosso umbigo, teremos a falsa impressão de que estamos ganhando o jogo. Mas é bom lembrar também que, independente do que acreditamos ou deixamos de acreditar, a lei do retorno é sempre válida e não faz distinção. Roubou, um dia vai devolver, em tempo, em energia, em dinheiro, em saúde. A vida costuma ter várias moedas de troca. Chegará uma hora que outro espertinho vai parar na sua vaga. E aí você se sentirá mais injustiçado do que todo o resto do mundo. A gente curte um teatrinho, né? Depois do espertalhão, o papel que mais bem desempenhamos é o de pobre coitado.<br></font></em></h3><div id="post-body-4085812528122141727" class="post-body entry-content"><p align="justify"><em> </em></p><p align="justify">From:<br><a href="http://www.maejaacabei.com/">http://www.maejaacabei.com/</a></p></div><div><em><font color="#ff0099" face="Lucida Handwriting, Cursive"></font></em> </div></div> </div>Celehttp://www.blogger.com/profile/13929787808306768965noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2004406693894468805.post-14375338232817585762013-01-31T12:32:00.001-03:002013-01-31T12:32:20.422-03:00É preciso continuar falando sobre Santa Maria<div dir='ltr'> Eu escrevi há alguns dias, quando a minha tragédia pessoal fez aniversário, uma frase de Humberto Maturana que diz: "<em>Cada vez que um ser humano morre, um mundo humano desaparece".</em> Lá em Santa Maria, foram mais de duzentos mundos que sumiram. E aí, a gente fica aqui, em frente à TV ou à tela do computador, pensando na dor daqueles que perderam entes queridos. Mães, pais, amigos, netos, filhos, namorados e maridos. Gente que tá no olho do furacão, sem chão, sem esperança, sem nada.<BR> <BR>Diante da tragédia, a gente se sente mesmo injustiçado pela vida, por Deus e pelo mundo. E, nesse momento, são milhares de pessoas injustiçadas e com um abismo dentro de si, o buraco negro da saudade. Para quem perde alguém assim, de repente, o que fica é uma dor sem fim que precisa ser vivida, exteriorizada, sofrida para, quem sabe, algum dia, curar. Não adianta o papo de que "os bons morrem jovens", de que "está em um lugar melhor", que "são os desígnios de Deus"... O enlutado precisa de ombros, afeto e paciência de quem se dispõe a ouvi-lo chorar, falar do ente que se foi e sofrer.<BR> <BR>Sofrer é preciso e continuar falando desses jovens também. Saber que tem gente que se preocupa com a investigação; saber que a sociedade civil se solidarizou e sofre em conjunto e clama pela averiguação das causas do acidente e pela punição dos infratores; saber que, a partir de agora, as casas serão vistoriadas e que as regras serão cumpridas; saber que outras vidas serão poupadas; saber que tem gente acompanhando e cobrando das autoridades essas providências todas, quando o enlutado mal consegue respirar, são grandes gestos que podem amenizar o desespero do luto. <BR> <BR>A dor permanece e, repito, é preciso vivê-la. Não passa, mas diminui. Não vai embora nunca mais, mas se torna suportável, passa a caber dentro da gente. É preciso continuar falando sobre Santa Maria até mesmo para cumprir o clichê acalentador de que a morte desse jovens todos não pode ser em vão, até mesmo para que tantas pessoas que permanecem aqui com suas vidas partidas sintam-se acarinhadas por desconhecidos solidários, até mesmo para que o Brasil reflita sobre o nosso cultural jeitinho brasileiro que permite escapadas tangenciais para coisas que deveriam ser (cor)retas.<BR> <BR>É preciso continuar falando sobre Santa Maria para que nenhum sofrimento humano seja em vão e para que os mundos que desapareceram continuem sendo lembrados para sempre.<BR> </div>Celehttp://www.blogger.com/profile/13929787808306768965noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2004406693894468805.post-10915334916069549122013-01-30T08:31:00.001-03:002013-01-30T08:31:51.125-03:00A gente tarda, mas não falha!<div dir='ltr'> <style><!-- .hmmessage P { margin:0px; padding:0px } body.hmmessage { font-size: 10pt; font-family:Tahoma } --></style> <div dir="ltr">Recebi da Mirys (minha irmã que mora longe, irmã de alma e de dor, irmã daquelas que sabe e-xa-ta-ment-te como a gente se sente). <br><br>1 - Como escolheu o nome do seu blog?<br>Há alguns anos, eu vivi uma tempestade justamente no lugar onde eu queria ficar pelo resto da minha vida. O fundo do poço está descrito no blog (<a href="http://www.naoquerooutrolugar.blogspot.com">www.naoquerooutrolugar.blogspot.com</a>). Criei este blog quando as coisas arrefeceram e o sol surgiu após o dilúvio anterior. (Adoro metáforas...)<br><br>2 - Há quanto tempo tem seu blog?<br>Tenho blogs há muitos anos, desde 2004. O primeiro, o blog rosa, chamava-se "Aberta ao Mundo" e contava histórias de uma menina de 20 e poucos anos e solteira na pista. Depois, em 2006, eu criei o "Não quero merecer outro lugar" para contar todas as transformações por que passou aquela menina para se transformar em mulher-mãe-esposa-profissional. E em janeiro de 2011, surgiu o "Céu azul".<br><br>3 - Como você divulga seu blog?<br>Não divulgo. As pessoas chegam por acaso e tenho alguns leitores fiéis que me acompanham desde o blog rosa. Tive muitos problemas com anônimos e pessoas que acham que sua vida vira uma obra aberta porque você se dedica a contar uma pequena parte dela e do que sente na internet. Então, prefiro nem divulgar. Lê quem quer e, quem lê e vem com energia boa e do bem, é sempre bem vindo. Para os demais, o X no canto superior direito é a serventia da casa.<br><br>4 - Quais assuntos têm mais visualização no seu blog?<br>Não costumo acompanhar nem as visualisações nem o número de visitas, mas percebo que os posts tristes e melancólicos geram mais comentários.<br><br>5 - O que motivou você a criar o blog?<br>Exorcizar meus próprios sentimentos. Escrever é uma forma de racionalizar e eu sou muito racional, embora seja impulsiva. (louca define)<br><br>6 - Onde você mora?<br>Em Fortaleza, mas sonhando "de com força" com o planalto central.<br><br>7 - Quais os seus objetivos com o blog?<br>O blog tem efeito terapêutico pra mim. Portanto, não tenho grandes pretensões além dessa de colocar para fora aquilo que extravaza.<br><br>8 - Quais blogs você visita frequentemente?<br>Tenho uma lista com mais de 50 blogs que visito diariamente. Não vou copiar tudo aqui.<br><br>9 - O que te inspira para criar os posts?<br>A vida louca vida nossa de cada dia<br><br>10 - Além do blog, tem alguma outra ocupação? Se sim, quais?<br>O blog não é uma ocupação nem me sinto mais uma blogueira. Eu sou uma pessoa comum que tem um blog. Mas, em horário comercial, sou advogada em um fundo de pensão.<br><br>11 - O que mais gosta de fazer nos finais de semana?<br>Curtir os meninos e não fazer nada, não ter horário, não ter que absolutamente coisa nenhuma.<br> <br>12 - Gosta de café?<br>Eu tomo, de manhã, só pra acordar.<br><br>13 - Pretende fazer algo, em 2013, para o blog?<br>Tentar voltar a escrever mais.<br><br></div> </div>Celehttp://www.blogger.com/profile/13929787808306768965noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2004406693894468805.post-76391696562564177572013-01-24T11:08:00.001-03:002013-01-24T11:08:26.225-03:00Três anos<div dir='ltr'> <p align="right"><em>"Cada vez que um ser humano morre, um mundo humano desaparece."</em> </p><p align="right">(Humberto Maturana)</p> <BR>E os laços são rompidos e buracos se abrem na vida das pessoas que conviveram e a vida segue meio que a contragosto, aos trancos e barrancos... Cada vez que um ser humano morre alguém perde o chão, o rumo, o norte; alguém se torna viúvo(a), órfão, metade. A vida não é mais a mesma depois de ter de lidar com a irreversibilidade da morte, acordar e dormir com o peso da ausência e a extravagância da dor da saudade. Os anos passam, já foram três. Os buracos são parcialmente preenchidos. A dor da saudade não é mais avassaladora e incapacitante. As lágrimas não caem mais quentes e grossas como antes. O mundo gira ininterruptamente e as coisas vão se encaixando em seus lugares. As pessoas descobrem formas de se acostumar com aquilo que não tem solução. Olhar para trás e sentir uma dorzinha, uma lágrima descer, um gosto doce e bom pelo que foi torna a adoçicar a vida e isso tudo é natural. Mas não há mais lugar, nem tempo, nem modo de voltar lá ou de trazer pra cá. Surge então a compreensão de que as coisas são como devem ser. E já disseram por aí que o que tem que ser tem muita força. Dá saudade sim nessas datas redondinhas, dá uma nostalgia absurda, dá até vontade de voltar lá no fantástico mundo do futuro do pretérito e se, se, se... Porém, o presente se tornou tão pleno e bonito, tão real e humano, tão forte e pulsante que não. São três anos já e a vida mudou. O coração arde e deseja que, onde quer que esteja, haja paz e a compreensão da incoerência do mundo. Nem esse adeus que aparta em dois lados o tempo e o espaço de duas pessoas tem o poder de apagar da memória a lembrança da felicidade que existiu. Então, que seja doce, que haja paz, que receba todo o amor que lhe foi e é devotado e esteja em Deus. Um dia, por certo, será possível reunirmo-nos num outro nível de vínculo. É essa a minha fé e a minha esperança.<br><BR> </div>Celehttp://www.blogger.com/profile/13929787808306768965noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2004406693894468805.post-84410974610269872942013-01-17T14:38:00.001-03:002013-01-17T14:38:06.990-03:00Riqueza<div dir='ltr'> Alguém já disse, não sei onde eu vi, que ser rico é ter tempo. E eu concordo. Tempo para espreguiçar na cama até a hora que o corpo quiser, em vez de dar um pulo com o despertador berrando. Tempo para curtir uma praia no meio da semana, em vez de ficar trancafiado num escritório congelante. Tempo para brincar com os filhos no fim de tarde, em vez de apenas ouvi-los por telefone. Tempo para ler aquela lista de livros que sempre quis ler, em vez de emails formais. Tempo para trabalhar e produzir algo de útil para o mundo, em vez de repetir à exaustão a mesma coisa todo dia, 8 horas por dia, 11 meses por ano. Tempo para planejar um jantar a dois, em vez de comer qualquer coisa em qualquer canto. Tempo para ir ao salão de beleza e fazer feira. Sem essa correria, sem essa agonia, sem ficar olhando para o relógio a cada cinco minutos e sentindo o tempo todo o peso de estar atrasado. Sem ter que engolir a comida, em vez de saboreá-la. Tempo para viver a vida, em vez de passar correndo por ela.<br><br>Definitivamente, eu sou pobre, pobre, pobre de marré deci.<br> </div>Celehttp://www.blogger.com/profile/13929787808306768965noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2004406693894468805.post-39554298357104800742013-01-10T11:43:00.001-03:002013-01-10T11:43:32.618-03:00Que bom!<div dir='ltr'> <div dir="ltr"> <style><!-- .hmmessage P { margin:0px; padding:0px } body.hmmessage { font-size: 10pt; font-family:Tahoma } --></style> <div dir="ltr"><h6 class="uiStreamMessage uiStreamHeadline"><div class="actorDescription actorName" data-ft="{"type":2}"><font style="" color="#0C0C0C"><span class="messageBody" data-ft="{"type":3}"><font size="2"><em>Exercício da liberdade<br> <br> Compromisso com uma pessoa é permitir que o outro entre na nossa vida. É sonhar junto sem se sentir ameaçado, marcar um horário sem se sentir controlado, dividir o espaço sem se sentir invadido. Compromisso não é 'falta' de liberdade. Compromisso é o 'exercício' da liberdade de estar com alguém.<br> <br> Por </em></font><font size="2"><em>Luiz Carvalho Nogueira</em></font></span></font></div><div class="actorDescription actorName" data-ft="{"type":2}"><font style="" color="#0C0C0C"><span class="messageBody" data-ft="{"type":3}"><em></em></span></font><font style="" color="#0C0C0C"> </font></div><div class="actorDescription actorName" data-ft="{"type":2}"><font style="" color="#0C0C0C"><span class="messageBody" data-ft="{"type":3}"><font style="font-size: 10pt;" size="2"><br>E compromiss<font style="font-size: 10pt;" size="2">o é reforçar esse sentimento e esta entrega a cada d<font style="font-size: 10pt;" size="2">ia. É <font style="font-size: 10pt;" size="2">descobrir mais e mais motivos porque vale a pena. Vale muito a pena. <font style="font-size: 10pt;" size="2">É descobrir que o mundo gira, as pessoas mudam, gente entr<font style="font-size: 10pt;" size="2">a e sai da sua vida e você continua com ess<font style="font-size: 10pt;" size="2">e estranho sentimento que <font style="font-size: 10pt;" size="2">faz não querer merecer outro lugar. Que alegria andar nas nuvens sem tirar os pés do chão. Que bom que enfim a felicidade no superlativo máximo possível e no gerúndio. Que bom.</font></font></font></font></font></font></font><br></font></span></font></div><font style="" color="#0C0C0C"><span class="messageBody" data-ft="{"type":3}"></span></font></h6><h6 class="uiStreamMessage uiStreamHeadline"><font style="" color="#0C0C0C"><span class="messageBody" data-ft="{"type":3}"></span></font><div class="actorDescription actorName" data-ft="{"type":2}"><br><br></div></h6></div> </div> </div>Celehttp://www.blogger.com/profile/13929787808306768965noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2004406693894468805.post-61355475847101464062013-01-03T16:07:00.001-03:002013-01-03T16:07:01.671-03:00Bem resolvido<div dir='ltr'> <p align="left"> <style><!-- .hmmessage P { margin:0px; padding:0px } body.hmmessage { font-size: 10pt; font-family:Tahoma } --></style> <span style="font-size: 180%;"><font size="2"><em>"Abdômen bem resolvido?<br>Peitoral bem resolvido?<br>Pernas bem resolvidas?<br>Prefiro algum homem que tenha o coração bem resolvido."</em></font></span><b><br><em>tati bernardi</em></b> </p><p align="left"> </p><p align="left">E que, estando tudo bem resolvido, a vida seja leve e doce e tranquila. Sem sobressaltos, sem dor, sem medo, sem angústia. E que, a cada dia que o sol surgir, a certeza aconteça de novo e o amor multiplique nos dois. E que, a cada dia em que o sol se por, os sonhos sejam permeados de desejos mútuos, planos em conjunto e correspondidos e recíprocos e todas estas palavras que testemunham e atestam a veracidade daquilo que é. E que a felicidade deixe de ser conjugada no futuro do presente e se torne gerúndio ou pleonasmo vicioso e gostoso de viver. E que, diante daquilo que mais se quis, se aprenda também a absorver e desfrutar a alegria do presente, do agora. Ser feliz é para já. Sem planos, sem subterfúgios, sem paredes de proteção, sem medo do abismo, sem plano B, sem matéforas, sem tangentes, sem intromissões, sem terceiros. Bastam a primeira e a segunda pessoas e os pronomes possessivos correspondentes: meus e teus. Terceiros não são bem vindos. Na vida e no dia a dia, a doce trégua daquilo que só se sabe sentir. Como se depois de um tempo tentando ouvir a música sem conseguir sintonizar a rádio, de repente, o som sai límpido e claro nos altofalantes. Como se, de repente, o atoleiro virasse uma autobahn. Como se, de repente, depois de muito quebrar a cabeça, a solução da equação saltasse nos olhos. Tudo muito bem resolvido e tudo no seu devido lugar. Repito as palavras de Caio, que um dia estamparão meu corpo: Que seja doce. Que seja doce. Que seja doce.</p> </div>Celehttp://www.blogger.com/profile/13929787808306768965noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2004406693894468805.post-65049241265756328102012-12-27T15:47:00.001-03:002012-12-27T15:47:39.426-03:00Muita pretensão<div dir='ltr'> Eu queria escrever um texto profundo, cheio da minha corriqueira esperança, cheio de um desejo inequívoco de viver muito, intensamente, com tudo e apesar de. Eu queria escrever um texto que devolvesse essa vontade para as pessoas, vontade de lutar, de continuar vivo, de se arriscar. Eu queria escrever algo que fizesse com que alguém mudasse aquilo que sempre achou ser incapaz de mudar. Um texto que convencesse alguém a correr atrás daquilo que sempre quis e nunca teve coragem para tanto. Eu queria escrever um texto revolucionário, que transformasse um pouquinho o mundo ao redor. Um texto que tocasse os corações perdidos, desiludidos, amargurados. Algo que comovesse alguém com o coração endurecido. Algo que fizesse sorrir aquele que perdeu o mundo inteiro numa curva de estrada, numa maca de hospital, numa esquina qualquer. Que fizesse pensar aqueles que não param nenhum segundo sequer para refletir. Eu queria escrever de um jeito que fizesse alguém mais feliz, mais forte, mais persevarante... De um jeito que fizesse com que aquele que corre contra o tempo diminuísse o ritmo e ficasse um pouco mais com seus. Um texto que fizesse com que casais separados por abismos de mágoa e dor dessem as mãos. Um texto que fizesse com que irmãos que se perderam nos redemoinhos da vida se perdoassem. Algo capaz de teletransportar alguém distante para junto de quem sente sua falta pesadamente. Um texto capaz de diminuir distâncias, fechar buracos, soterras os fundos de poços, secar todas as lágrimas (ou, pelo menos, deixar permanecer apenas as de felicidade). Um texto só, mas que fizesse com que cada pessoa, ao lê-lo, levantasse de seu comodismo e inação e percebesse que a gente não está aqui para pagar contas, ou acumular riquezas, ou engordar a conta bancária, ou viajar o mundo inteiro em 90 dias, ou comprar helicóptero e jatinho e camaro amarelo... Não! A gente está aqui para amar e aprender. Um texto só e que fosse capaz de fazer um Ano Novo inesquecível para cada um e para todos. </div>Celehttp://www.blogger.com/profile/13929787808306768965noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2004406693894468805.post-4980903785742860962012-12-21T08:42:00.001-03:002012-12-21T08:42:33.852-03:00E o mundo não se acabou<div dir='ltr'> <br><em>"Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar</em><BR><em>Por causa disso, minha gente lá de casa começou a rezar</em><BR><em>E até disseram que o sol ia nascer antes da madrugada</em><BR><em>Por causa disso, nessa noite, lá no morro não se fez batucada</em><BR><em></em> <BR><em>Acreditei nessa conversa mole</em><BR><em>Pensei que o mundo ia se acabar</em><BR><em>E fui tratando de me despedir</em><BR><em>e, sem demora, fui tratando de aproveitar</em><BR><em>Beijei a boca de quem não devia</em><BR><em>Peguei na mão de quem não conhecia</em><BR><em>Dancei um samba em traje de maiô</em><BR><em>E o tal do mundo não se acabou</em><BR><em></em> <BR><em>Chamei um gajo com quem não me dava</em><BR><em>E perdoei a sua ingratidão</em><BR><em>e festejando o acontecimento</em><BR><em>gastei com ele mais de quinhentão</em><BR><em>Agora soube que o gajo anda</em><BR><em>dizendo coisa que não se passou</em><BR><em>Vai ter barulho, vai ter confusão</em><BR><em>porque o mundo não se acabou"</em><BR><br> <BR> </div>Celehttp://www.blogger.com/profile/13929787808306768965noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2004406693894468805.post-24147186080121105722012-12-19T11:58:00.001-03:002012-12-19T11:58:05.159-03:00O que você faria se só te restasse esse dia?<div dir='ltr'> Às vésperas de um fim de mundo improvável, eu me pergunto à la musica do Lenine, o que faria se só restasse esse dia. <em>Se o mundo fosse acabar, me diz o que você faria.</em> E, poxa, me angustio em saber que não visitei todos os lugares e não li todos os livros que queria ler. Perdi muito tempo fazendo coisas por obrigação, porque tinha que, isso é um fato. Perdi muito tempo com burocracia e com o que os outros pensariam de mim se isso ou aquilo. Acho que se o mundo fosse acabar, eu iria fazer as compras estapafúrdias que não fiz por prudência, por medo de não fechar as contas do mês. Eu pegaria um avião com os meninos do meu lado. Ou não. Quem sabe, correria para beira do mar para ver o sol, para mergulhar, para comer patonas de caranguejo até doer, até dar dor de barriga. Com certeza, faria muitas ligações para que algumas pessoas soubessem o quanto sou grata e feliz por tê-las, quem sabe correria ao encontro de algumas delas, as que estivessem em um tempo-espaço viável de serem encontradas. Abraçaria muito e repetiria aos meus pequenos o que digo todos os dias: <em>Você sabia que eu te amo? Muitoooo! Enormeeee! Maior que o universo inteiro!</em> E tentaria fazê-los tranquilos, sem perceber o alvoroço todo que o último dia da humanidade causaria no mundo. Reproduziria para os lá de casa o quanto eu tenho sorte de ter uma família doida, doida, mas muito legal e companheira. Diria aos amigos mais queridos o quanto foi incrível dividir essa trajetória curta e emocionante com eles. Diria para as pessoas de minha vida aquilo que tenho feito há algum tempo nessa verborragia pública: que são eles que importaram para mim e que valeu a pena. Nos últimos instantes, eu seguraria as mãos dos meus filhos e esperaria pelo clarão com os olhos bem abertos (eu imagino que vá ter um clarão quando o mundo for se acabar) e no último instante de verdade, fecharia os olhos e pensaria em como vai ser bom essa família descompleta reencontrar o seu membro que já está do lado de lá.<BR> <BR>E você? O que você faria?<BR> </div>Celehttp://www.blogger.com/profile/13929787808306768965noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2004406693894468805.post-68850722703202182712012-12-17T09:53:00.001-03:002012-12-17T09:53:05.201-03:00Não é meu, mas poderia ser...<div dir='ltr'> <p class="ecxMsoNormal"><em><b><span style='font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 9pt;'>Eu quis sonhar com um amor perfeito. Como aqueles que brilham nos filmes, que nos fazem suspirar com os livros, que nos encantam nas canções. </span></b><span style='font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;'></span></em></p><p class="ecxMsoNormal"><em><span style='font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 9pt;'>Aqueles que cintilam azul e tem cheiro de jasmim, brisa de pétalas e reflexo de sol. Nos quais todo dia é sábado e todo sábado é verão. </span><span style='font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;'></span></em></p><p class="ecxMsoNormal"><em><span style='font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 9pt;'>Quis traçar destinos sonhados, roteiros amarradinhos, cenas sem correções. Dessas nas quais destilar palavras ao pé do ouvido e poses à meia luz proporcionariam a permanência de sorrisos frouxos e prazeres particulares. </span><span style='font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;'></span></em></p><p class="ecxMsoNormal"><em><span style='font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 9pt;'>Pensava esse tal amor como as fotografias bonitas. Nas quais não há espaço para cenários ruins, sombras ou a necessidade de efeitos especiais. Só o amor naturalmente brilhando calmaria e destilando felicidade. Amor de permanentes mãos dadas e corações grudados, de voz suave e confissões. </span><span style='font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;'></span></em></p><p class="ecxMsoNormal"><em><span style='font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 9pt;'>Um amor forte e perecível a falas tortas, cortes e curativos. Resistente a tudo, imune a todos e às nossas próprias confusões. </span><span style='font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;'></span></em></p><p class="ecxMsoNormal"><em><span style='font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 9pt;'>Eu quis. Eu quis um amor assim. Quis acreditar que amor perfeito, amor certinho, amor arrumadinho é aquele que só diz sim.</span></em></p><p class="ecxMsoNormal"><em><span style='font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 9pt;'>Mas não. Amor de verdade não é assim. Eu estava errada e talvez você também esteja. </span><span style='font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;'></span></em></p><p class="ecxMsoNormal"><em><span style='font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 9pt;'>Amor também diz não. Amor também tem discordâncias, desfoques, textos revisados e cenas refeitas. Amor também fica amarrotado, mal-humorado, descabelado e sai mal na foto. </span><span style='font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;'></span></em></p><p class="ecxMsoNormal"><em><span style='font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 9pt;'>Não é isento a tudo como idealizamos. Não vamos criar ilusões. Amor também sangra, também se perde. Precisa ser regado, vigiado, refeito, costurado, remendado se for preciso, se nos fizer feliz. </span><span style='font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;'></span></em></p><p class="ecxMsoNormal"><em><span style='font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 9pt;'>O amor tem dias cinza, tempo ruim, trovoada e temporal. Tem sorriso e chororô. Tem banho de chuva e maremoto. Tem bem-me-quer e tô-de-mal. Tem bagunça e mal-entendido. Tem mania e tem pirraça. </span><span style='font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;'></span></em></p><p class="ecxMsoNormal"><em><span style='font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 9pt;'>Mas o amor, o amor mais bonito, é também tão maior que o imperfeito se refaz. Os defeitos não sobressaem e o mau jeito se ajeita e transforma em paz o que tinha cara de ser vendaval. </span><span style='font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;'></span></em></p><p class="ecxMsoNormal"><em><span style='font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 9pt;'>O amor constrói e é construção. Tão lindo que não precisa que se entenda. Tão legítimo que não carece aceitação. Tão bem vindo que levanta morada. </span><span style='font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9pt;'></span></em></p><p class="ecxMsoNormal"><em><b><span style='font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 9pt;'>Esse amor, o mais bonito, nem precisa ser infinito, suas únicas premissas são: que seja recíproco e que nos faça sorrir. Isso sim, que seja pra sempre.</span></b></em></p><p class="ecxMsoNormal"><em><b><span style='font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 9pt;'>(Yohana San fer)</span></b><br></em><br></p> </div>Celehttp://www.blogger.com/profile/13929787808306768965noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2004406693894468805.post-51308394797269379302012-12-13T08:40:00.001-03:002012-12-13T08:40:56.183-03:00Reflexão<div dir='ltr'> <div>A vida não é o que acontece nesse espaço limitado de quatro linhas retas. A vida não é o que está exposto na rede social. A vida não é aquilo que as pessoas conseguem saber com cliques. Acredite em mim, o que é importante até aparece lá, mas o que é verdadeiro existe aqui fora, no mundo real. A vida é aquilo que acontece enquanto você curte e comenta. Não abro mão de encontros, abraços beeem apertados, olhos nos olhos e beijos estalados... Não abro mão de viver de verdade. O que está exposto aqui e lá é apenas uma janela da frente da casa. Tem muito mais coisa, muito mais vãos, muito mais cômodos em que só aqueles que são convidados a entrar têm o (des?)prazer de conhecer. Há porões que quase ninguém adentra, há sótãos com belas vistas, há um quartinho nos fundos que é só meu. Não adianta. Essa exposição toda não substitui o que deveria acontecer de verdade. Sim, diminui as distâncias, facilita o contato, mas não dá para ser só assim. Nesse ponto, estou de acordo com o Gabito.</div><div> </div><div><a style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: 18px;" href="http://feedproxy.google.com/~r/CarasComoEu/~3/p1rg5T1vmCo/revolucao.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email" name="13b915b7547915d3_1" target="_blank"><em>Revolução?</em></a><p style="margin: 9px 0px 3px; color: rgb(85, 85, 85); line-height: 140%; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: 13px;"><br><em>Voltando pra casa no engarrafamento das dezenove horas. Um ônibus emparelha ao lado do meu. Conto as janelas, são nove pessoas, três cochilam, uma analisa o leva-e-traz da calçada. As outras cinco fuçam em seus telefones. Curtem, compartilham, atualizam, comunicam. Estamos na era revolucionária. Geração fone de ouvido – o poder da invisibilidade e do autismo opcional.<br></em><a name="13b915b7547915d3_more"></a><br><em>Desço na parada do shopping, preciso de uma camisa nova e de um presente. As luzes de Natal me dão engulhos. Preciso ser rápido, e o caminhar não flui. Preciso ficar desviando das garotas com suas caras enfiadas nos seus espertofones, lendo recados, comunicando, com medo de estar perdendo alguma coisa. Que filme você nunca viu? Que festa a gente nunca foi? Quem comeu quem? Quem caiu na rede? O que nós tanto temos a perder?<br><br>Vão dizer. Não é só um site, é um encurtador de distâncias. Mas eu não posso sentir o cheiro de talco da minha vó que mora longe, nem o som dela arrastando as sandálias antes de ir dormir. Um avatar e um retrato na lápide dá na mesma. Meus poucos e caros amigos, onde estão? Não faço questão de vê-los, qual a motivação? Sinto que já sei tudo o que eu preciso saber sobre eles. Me esforço, proponho um drinque e um papo mais tarde. Mais tarde, quando? No mês? Ainda em 2012? HOJE? Não dá. E se eu mandar instalar um botão bem no meio da minha cara? Eu fico mais interessante?<br><br>O que era pra ser uma rede social virou nada mais que um comparador de vidas. Olha eu, em frente à Torre Eiffel. Olha o meu novo corte de cabelo. Eu curto essa marca de cerveja. Estou em um relacionamento sério. Eu não presto. Eu sou legal. Chove e eu me sinto tão só. Queria que você fosse tão feliz quanto eu sou. Troquei de emprego. Troquei de torradeira. Troquei de sexo. O mundo entre aspas. O universo conspira ao meu pavor.<br><br>Sorria, você está se autofilmando. Todo dia tem a hora da sessão de fotografias. Ensaio para a Caras e as bocas e os decotes. Ah, mas uma foto faz de um momento inesquecível. Puxa, que porcaria de memória é essa sua. Postar é viver. Agora, a participação do internauta. Nunca foi tão fácil falar. Era a desmassificação da cultura, agora é só uma extensão do que passa na televisão. Comentarista de novela, esse mala sou eu.<br><br>Me escuta. Você precisa desse aparelho novo, o seu método de se importar com seus camaradinhas está ultrapassado, amigo. Pois é. Ninguém mais atravessa a cidade para encontrar alguém. Assine o nosso plano e pague para falar. Com apenas 59,90 mensais você pode ter um milhão de amigos e frequentar salas de bate-papo onde não cobramos 10 por cento, não tem goteira e ninguém corre risco de contrair herpes. Amigo é coisa pra se guardar na barra lateral, dentro da tela do computador.<br></em><br><em>Agora é sério. Você precisa desse telefone, vai por mim. Ele é três gigas mais smart do que você. Olha como são jovens, felizes e saltitantes as pessoas no meu comercial. Com mais um centavo você leva esse exclusivo aplicativo que simula um beijo de língua com qualquer pessoa que esteja na Romênia.<br><br>Você precisa de uma internet ilimitada, senão como vai protestar a favor de índios e contra a carne vermelha? Vamos lá, todos nós, rumo ao senado federal derrubar a corrupção, caminhando e cantando e seguindo no Twitter. Vamos tomar as ruas pelo Google Street View, cada um na sua. Nunca fomos tão livres no meio de tantas grades. Ué, você não queria mudar o mundo? Assine aqui e fique por dentro de nossas grandes novidades.</em></p></div> </div>Celehttp://www.blogger.com/profile/13929787808306768965noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2004406693894468805.post-76789713537971926532012-12-10T15:24:00.001-03:002012-12-10T15:24:59.707-03:00Rifando<div dir='ltr'> <style><!-- .hmmessage P { margin:0px; padding:0px } body.hmmessage { font-size: 10pt; font-family:Tahoma } --></style> <div dir="ltr"><span style="font-weight: bold;">::: Rifa-se um coração (quase novo) :::</span><br><span style="font-style: italic;">Clarice Lispector</span><br><br>Rifa-se um coração quase novo.<br>Um coração idealista.<br>Um coração como poucos.<br>Um coração à moda antiga.<br>Um coração moleque que insiste em pregar peças no seu usuário.<br><span style="font-weight: bold;">Rifa-se um coração que na realidade</span><br><span style="font-weight: bold;">está um pouco usado, meio calejado, muito machucado</span><br><span style="font-weight: bold;">e que teima em alimentar sonhos, e cultivar ilusões.</span><br>Um pouco inconseqüente<br>que nunca desiste de acreditar nas pessoas.<br>Um leviano e precipitado,<br>coração que acha que Tim Maia estava certo<br>quando escreveu... "não quero dinheiro,<br>eu quero amor sincero, é isso que eu espero...".<br>Um idealista...<br>Um verdadeiro sonhador...<br><span style="font-weight: bold;">Rifa-se um coração que nunca aprende.</span><br><span style="font-weight: bold;">Que não endurece,</span><br><span style="font-weight: bold;">e mantém sempre viva a esperança de ser feliz,</span><br>sendo simples e natural.<br>Um coração insensato que comanda o racional<br>sendo louco o suficiente para se apaixonar.<br>Um furioso suicida que vive procurando relações<br>e emoções verdadeiras.<span style="color: rgb(255, 255, 255); font-size: 130%;"><br><font size="4"><span style="font-weight: bold;">Rifa-se um coração que insiste</span><br><span style="font-weight: bold;">em cometer sempre os mesmos erros.</span></font></span><br><span style="font-weight: bold;">Esse coração que erra, briga, se expõe.</span><br><span style="font-weight: bold;">Perde o juízo por completo em nome de causas e paixões.</span><br><span style="font-weight: bold;">Sai do sério e, às vezes revê suas posições</span><br><span style="font-weight: bold;">arrependido de palavras e gestos.</span><br><span style="font-weight: bold;">Este coração tantas vezes incompreendido.</span><br><span style="font-weight: bold;">Tantas vezes provocado. Tantas vezes impulsivo.</span><br>Rifa-se este desequilibrado emocional que,<br>abre sorrisos tão largos que quase dá pra engolir as orelhas,<br>mas que também arranca lágrimas e faz murchar o rosto.<br>Um coração para ser alugado,<br>ou mesmo utilizado por quem gosta de emoções fortes.<br>Um órgão abestado<br>indicado apenas para quem quer viver intensamente e,<br>contra indicado para os que apenas pretendem passar pela vida<br>matando o tempo, defendendo-se das emoções.<br><span style="color: rgb(255, 255, 255); font-weight: bold;">Rifa-se um coração tão inocente</span><br><span style="color: rgb(255, 255, 255); font-weight: bold;">que se mostra sem armaduras e deixa louco o seu usuário.</span><br>Um coração que quando parar de bater<br>ouvirá o seu usuário dizer para São Pedro na hora da prestação de contas:<br>" O Senhor poder conferir", eu fiz tudo certo,<br>só errei quando coloquei sentimento.<br>Só fiz bobagens e me dei mal<br>quando ouvi este louco coração de criança<br>que insiste em não endurecer e, se recusa a envelhecer".<br><span style="font-weight: bold;">Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por outro</span><br><span style="font-weight: bold;">que tenha um pouco mais de juízo.</span><br><span style="font-weight: bold;">Um órgão mais fiel ao seu usuário.</span><br><span style="font-weight: bold;">Um amigo do peito que não maltrate tanto o ser que o abriga.</span><br>Um coração que não seja tão inconseqüente.<br>Rifa-se um coração cego, surdo e mudo,<br>mas que incomoda um bocado.<br>Um verdadeiro caçador de aventuras que,<br>ainda não foi adotado, provavelmente,<br>por se recusar a cultivar ares selvagens ou racionais,<br>por não querer perder o estilo.<br>Oferece-se um coração vadio, sem raça, sem pedigree.<br>Um simples coração humano.<br>Um impulsivo membro de comportamento até meio ultrapassado.<br>Um modelo cheio de defeitos que,<br>mesmo estando fora do mercado,<br>faz questão de não se modernizar, mas vez por outra,<br>constrange o corpo que o domina.<br>Um velho coração que convence seu usuário<br>a publicar seus segredos e, a ter a petulância<br>de se aventurar como poeta.<br><br><div><em><font color="#ff0099" size="2" face="Lucida Handwriting, Cursive">Marcele Caroline</font></em></div></div> </div>Celehttp://www.blogger.com/profile/13929787808306768965noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2004406693894468805.post-54744378591437140962012-12-07T09:36:00.001-03:002012-12-07T09:36:35.682-03:00A força do tempo<div dir='ltr'> <div dir="ltr"> <div dir="ltr"> <div dir="ltr"> <style><!-- .hmmessage P { margin:0px; padding:0px } body.hmmessage { font-size: 10pt; font-family:Tahoma } --></style> <div dir="ltr"><p align="left"><em>"Vai passar. </em><em>Não é um conselho alegre. Não me tranquiliza saber que terminaremos. </em><em>É uma advertência que me desespera. Não gostaria que passasse. </em></p><p align="left"><em>Eles não entendem que não sofro porque o amor acabou, sofro para não acabar o amor.</em></p><p align="left"><em>Sou contrário ao término, me oponho à nossa extinção. </em><em>Sou o único que resiste contra o fim de nossa história.</em></p><p align="left"><em>Eu não quero que passe. Mas sei que vai passar.</em></p><p align="left"><em>Sei que o amor vai morrer desidratado, faminto, por absoluta falta de cuidado. </em><em>Vai passar, infelizmente.</em></p><p align="left"><em>Tudo o que a gente construiu junto vai passar. </em><em>Tudo o que a gente idealizou, inventou e armou vai passar.</em></p><p align="left"><em>O lugar no peito que recebia seu rosto para dormir vai passar. </em><em>Nossos apelidos, nossos chamados, nossas piadas vão passar.</em></p><p align="left"><em>Por mais que acredite que seja impossível, irei namorar de novo, me apaixonar, casar e rir docemente sem culpa. </em><em>Vai passar.</em></p><p align="left"><em>Não superamos os medos, sucumbimos na segunda crise, desistimos de insistir.</em></p><p align="left"><em>Somos fracos, somos influenciáveis, somos tolos.</em></p><p align="left"><em>Foi muita incompetência de nossa parte.</em></p><p align="left"><em>Não seremos inesquecíveis.</em></p><p align="left"><em>Vai passar."</em></p><p align="left">(Carpinejar)</p><div style="text-align: justify;" align="right"> </div><div style="text-align: justify;" align="right">E é tolo, é clichê e é juvenil. É dolorido, é angustiante e, em alguns momentos, é sufocante sentir. É inevitável doer e deixar as lágrimas caírem e, de vez em quando, a gente acaba se traindo e se pega elaborando estratégias para um encontro casual e desculpas para um telefonema. Até que a racionalidade bate na nossa cara e chama para a realidade cruel de que o que se tem que fazer é deixar o tempo correr, a ferida fechar, as lágrimas secarem. Em um e noutro momento, a gente se pega pensando que ninguém vai combinar tanto com a gente, que ninguém vai assumir nossa história e se encaixar nela tão perfeitamente, que ninguém mais vai fazer sentido. A gente olha para o mundo com preguiça de viver, com desânimo, sem a mínima paciência para tanta gente estúpida e sem profundidade alguma, sem papos animados de madrugada, sem nada que lhe seja minimamente atraente, sem ter com quem dividir o jornal nacional pessoal, sem ter um ombro para encostar a cabeça. Não é a toa que deilusão rima com solidão.</div><div style="text-align: justify;" align="right"> </div><div style="text-align: justify;" align="right">Aí, o tempo passa, viram as folhas do calendário. Os dias viram semanas, as semanas viram meses, a vida segue com seus afazeres, sua rotina louca, seu correr alheio àquilo tudo que derruba e que levanta a gente. Um dia, numa conversa trivial, com uma pessoa antiga na sua vida, você olha para a história toda que não queria deixar passar e, vejam só, passou. Olha para a vida que se leva e pensa: eu me acostumei. Não dói mais, não pesa, não comprime mais o peito. Você sabia que passaria, porque sobreviveu a vendavais fortíssimos. Você reconhece a paz e a serenidade do amanhecer depois da tempestade. E, num misto de surpresa e incredulidade, percebe que há faíscas agora no fundo do olhar, há um friozinho na barriga, há um suspiro aliviado, há uma esperança que pinta mais bonito o correr dos dias. Você percebe então que nem foi tão difícil assim. Abre as portas de si para redescobrir a alegria de viver e para dar vazão às delícias de todas as possibilidades que se jogam no seu caminho.</div><div style="text-align: justify;" align="right"> </div><div style="text-align: justify;" align="right">Você nem queria deixar passar. Você nem queria que passasse, mas passou.</div><div><em><font color="#ff0099" size="2" face="Lucida Handwriting, Cursive"></font></em> </div></div> </div> </div> </div> </div>Celehttp://www.blogger.com/profile/13929787808306768965noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-2004406693894468805.post-20793160726313106382012-12-05T12:06:00.001-03:002012-12-05T12:06:10.415-03:00Carta ao Papai Noel - 2012<p class="mobile-photo"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJ8NU9J4wruCrwD0zZ38K0aYJTwGkG9Tf9VTjqWio0DQPgmhMagChOWvTH6nztJPyV51SniLaaqfJBEO6hlarTpe6e-zuvt1GYQxw7fAserOLJZBg7-oHTaDGhlAkJ_j6bTZyDJCIxS98/s1600/Papai+Noel+M-770415.jpg"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJ8NU9J4wruCrwD0zZ38K0aYJTwGkG9Tf9VTjqWio0DQPgmhMagChOWvTH6nztJPyV51SniLaaqfJBEO6hlarTpe6e-zuvt1GYQxw7fAserOLJZBg7-oHTaDGhlAkJ_j6bTZyDJCIxS98/s320/Papai+Noel+M-770415.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5818477967956424386" /></a></p><p class="mobile-photo"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKyzgArnCH-67rjhxwUztKhQajIW0M3UpTpBWFwF2CUVO38EBLcVP_qfhRUiCK-ll5n-lrbhanQ12bAj3-qENsPfMdqL73fHM2QK17lO4BUSt8wM1qL2wfcif4a-Q90ddZUwATO82QOHw/s1600/Papai+Noel+T-772851.jpg"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKyzgArnCH-67rjhxwUztKhQajIW0M3UpTpBWFwF2CUVO38EBLcVP_qfhRUiCK-ll5n-lrbhanQ12bAj3-qENsPfMdqL73fHM2QK17lO4BUSt8wM1qL2wfcif4a-Q90ddZUwATO82QOHw/s320/Papai+Noel+T-772851.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5818477975013670450" /></a></p><div dir='ltr'> <div>Querido Papai Noel,</div><div> </div><div>Eu sei, faz tempo que não me correspondo com você. Ano passado eu nem pedi nada e, no ano anterior, eu só queria ser poupada dos vendavais, dos terremotos, da tempestade... Sim, eu sei que não tenho sido uma menina muito atenciosa, mas eu tenho tentado manter a magia, o espírito e os sonhos nos meus pequenos. Eles até já escreveram suas cartinhas. Isso deve contar alguns pontos a favor, né, não?</div><div> </div><div>A vida mudou tanto, né? Quando eu paro para pensar nos últimos três anos, eu sinto que eu envelheci, endureci, cresci, amadureci, <em>pero sin perder la ternura jamás.</em> Eu ainda sonho tanto, Papai Noel, com viagens, com finais felizes, com músicas escritas para mim, com mais tempo para os pequenos... Eu ainda tenho tanta coisa para fazer nessa minha vidinha pequeno-burguesa-mãe-de-família... Não quero aqui relatar os perrengues e provações do ano que passou. Não quero mostrar meu boletim com as notas que tirei pelas minhas lutas diárias, pelos meus <em>rebolations</em>, pela minha tentativa ininterrupta, quase insana, de ser feliz. O que eu quero é fazer um pedido, um só. Nada caro, nada pesado, nada que o senhor não possa dar conta.</div><div> </div><div>Olha só, eu já entendi que a vida é doida, cheia de altos e baixos, cheia de surpresas deliciosas e de fundos de poço. Acho que já aprendi a lição de que, por aqui, num tem esse negócio de quota de sofrimento e de quota de alegria, não. Tem momentos, uns massa e uns terríveis e a gente vai de lá pra cá, revezando essas coisas todas. Eu aprendi que, nem adianta querer muito, não vai dar para controlar tudo. Na verdade, o que se controla é um mínimo existencial, que só serve para uma falsa ilusão de que decidimos alguma coisa e que temos ingerência sobre algo. </div><div> </div><div>Diante disso tudo, o que eu quero pedir é saúde para aguentar os trancos e inteligência para não perder o <em>timing</em> das coisas. Alguma ajuda divina para me fazer perceber uma oportunidade incrível e para me livrar das ciladas todas que se impõem no caminho. Bom senso e um pouco de sexto sentido, a fé que me move e um tanto de esperança renovada de que o melhor está mesmo ali onde a minha vista não alcança. Isso é tudo, Papai Noel. Nada material, tudo subjetivo. Conto com sua ajuda.</div><div> </div><div>Um abraço beeeeem apertado, como os que costumo dar aos que quero muuuuiiiito bem.</div><div> </div><div>Marcele</div> </div>Celehttp://www.blogger.com/profile/13929787808306768965noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2004406693894468805.post-91097182078832466582012-12-02T09:00:00.000-03:002012-12-02T09:00:01.112-03:00Metáfora<div align="right">
<em>"Sopra o vento leste e encrespa o mar...</em></div>
<div align="right">
<em>Vem a noite e cai seu manto escuro devagar..."</em></div>
<div align="right">
(Marisa Monte)</div>
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Uma casinha abandonada. Ninguém para habitá-la, limpá-la, mantê-la, conservá-la ou embelezá-la. Uma casinha acumulando a poeira do correr dos dias sem ninguém por perto. Um imóvel docemente construído com todos os sonhos para onde se queria mudar. Um imóvel projetado para ser castelo e que, a bem da verdade, nunca passou de uma casinha simples.</div>
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Um imóvel que se deteriora a olhos vistos: infiltrações vão apagando cada uma das exclusividades e dos pequenos detalhes que construíram e selaram cada tijolo ali plantado. Infiltrações estas que, simplesmente por serem mais recentes, suplantam o branco puríssimo das paredes e mancham a memória que se queria preservar. </div>
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Uma casinha abandonada, que perde, a cada tictac do relógio, muito do ar bucólico e lúdico que tinha no começo, perde muito do ideal que moveu seu construtor, perde para sempre a sensação de lugar encantado, destino, ponto de chegada. Uma casinha abandonada perecendo a céu aberto, desmanchando-se na solidão, no silêncio, no vazio, no nada e no nunca mais.</div>
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Uma casinha abandonada, em ruínas, fazendo força Deus-sabe-lá-porque para ficar em pé, é tudo o que restou. </div>
Celehttp://www.blogger.com/profile/13929787808306768965noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2004406693894468805.post-72003067139189242352012-11-30T08:50:00.001-03:002012-11-30T08:50:16.665-03:00Carpinejar falando por mim<div dir='ltr'> <em>Eu espero alguém que não desista de mim mesmo quando já não tem interesse. Espero alguém que não me torture com promessas de envelhecer comigo, que realmente envelheça comigo. Espero alguém que se orgulhe do que escrevo, que me faça ser mais amigo dos meus amigos e mais irmão dos meus irmãos. Espero alguém que não tenha medo do escândalo, mas tenha medo da indiferença. Espero alguém que ponha bilhetinhos dentro daqueles livros que vou ler até o fim. Espero alguém que se arrependa rápido de suas grosserias e me perdoe sem querer. Espero alguém que me avise que estou repetindo a roupa na semana. Espero alguém que nunca abandone a conversa quando não sei mais falar. Espero alguém que, nos jantares entre os amigos, dispute comigo para contar primeiro como nos conhecemos. Espero alguém que goste de dirigir para nos revezarmos em longas viagens. Espero alguém disposto a conferir se a porta está fechada e o café desligado, se meu rosto está aborrecido ou esperançoso. Espero alguém que prove que amar não é contrato, que o amor não termina com nossos erros. Espero alguém que não se irrite com a minha ansiedade. Espero alguém que possa criar toda uma linguagem cifrada para que ninguém nos recrimine. Espero alguém que cheire meu corpo suado como se ainda fosse perfume. Espero alguém que não largue as mãos dadas nem para coçar o rosto. Espero alguém que me olhe demoradamente quando estou distraído, que me telefone para narrar como foi seu dia. (...) Espero alguém que minta que cozinha e só diga a verdade depois que comi. Espero alguém que leia uma notícia, veja que haverá um show de minha banda predileta, e corra para me adiantar por e-mail. Espero alguém que ame meus filhos como se estivesse reencontrando minha infância e adolescência fora de mim. Espero alguém que fique me chamando para dormir, que fique me chamando para despertar, que não precise me chamar para amar. Espero alguém com uma vocação pela metade, uma frustração antiga, um desejo de ser algo que não se cumpriu, uma melancolia discreta, para nunca ser prepotente. Espero alguém que tenha uma risada tão bonita que terei sempre vontade de ser engraçado. Espero alguém que comente sua dor com respeito e ouça minha dor com interesse. Espero alguém que prepare minha festa de aniversário em segredo e crie conspiração dos amigos para me ajudar. Espero alguém que pinte o muro onde passo, que não se perturbe com o que as pessoas pensam a nosso respeito. Espero alguém que vire cínico no desespero e doce na tristeza. Espero alguém que curta o domingo em casa, acordar tarde e andar de chinelos, e que me pergunte o tempo antes de olhar para as janelas. Espero alguém que me ensine a me amar porque a separação apenas vem me ensinando a me destruir. Espero alguém que tenha pressa de mim, eternidade de mim, que chegue logo, que apareça hoje, que largue o casaco no sofá e não seja educado a ponto de estendê-lo no cabide. Espero encontrar alguém que me torne novamente necessário.</em> </div>Celehttp://www.blogger.com/profile/13929787808306768965noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2004406693894468805.post-71586063419667676612012-11-28T10:03:00.003-03:002012-11-28T10:09:53.545-03:00Temos nosso próprio tempo?<div style="text-align: justify;">
Assisti na noite passada um filme de ficção científica ao estilo "tela quente". O filme trata de uma série de aspirações humanas corriqueiras, como a imortalidade, a juventude eterna e o uso do tempo que temos. Explico.</div>
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<br /></div>
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Na história, cada ser humano nasce com um relógio implantado no braço. Este relógio só é ativado quando completa 25 anos e, a partir dessa data, a pessoa não envelhece mais, mas tem seu tempo constantemente marcado numa contagem regressiva visível em seu antebraço. Fisicamente, a aparência é sempre jovial e o corpo é sempre atlético e qualquer pessoa, em tese, pode se tornar eterna se conseguir, a cada dia, mais tempo para si. Incrível não?</div>
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<br /></div>
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A genialidade do roteiro está no fato de que o tempo passa a ser dinheiro (time is money). As pessoas trabalham o dia inteiro e ganham algumas horas. Contas, empréstimos, ligações em telefone públicos, pedágios, refeições, são todos pagos com o tempo que se ganhou. Basta aproximar o antebraço e a quantidade de tempo/preço é diminuída do tempo que se tem.</div>
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Nesse contexto, poderíamos supor que não haveria diferença entre ricos e pobres, uma vez que é justamente a morte e o medo dela que nos aproxima a todos. Ledo engano. Os mais pobres correm o tempo todo contra o relógio, tentando às pressas conseguir mais tempo de vida. Muitos morrem na rua, em plena luz do dia, por ter seu tempo esgotado. Deixam de comer para economizar, deixam de ter lazer, moram em locais mais baratos (vejam a ironia fina do roteiro).</div>
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Os mais ricos andam com guarda-costas e usam luvas para esconder a quantidade exorbitante de tempo que possuem. Apostam quantidades gigantescas em cassinos e gastam muito tempo em festas luxuosas, restaurantes e roupas caros. Fazem tudo lentamente porque, afinal, têm todo tempo do mundo e mais. Emprestam tempo aos mais pobres e cobram juros extorsivos. Mantém um exército vigilante e a divisão espacial, há locais para os ricos e há guetos para os pobres.</div>
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O que me fez refletir no filme foi justamente o fato de desmontar aquele raciocínio lindo e libertador sobre o que faríamos se soubéssemos que só nos restava um dia. A resposta sempre envolve gastar esse tempo com coisas que sejam aprazíveis e com as pessoas que amamos. No filme, as pessoas tem um relógio em contagem regressiva e fazem justamente aquilo que somos obrigados a fazer todos os dias: trabalhar, pagar contas, assumir as responsabilidades a fim de tentar conseguir mais tempo. E, depois de conseguir mais tempo, fazem tudo de novo.</div>
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Daí, fiquei me perguntando: Temos nosso próprio tempo? O que estamos fazendo com ele? Trabalhando, pagando contas e assumindo responsabilidades a fim de ganhar dinheiro para poder viver. Só não sobra muito tempo para viver, né? Vinte dias por ano de <i>dolce far niente</i> em troca de 345 dias de trabalho. Tá certo, isso? O que nos distingue do filme? Há mesmo distinção?</div>
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Créditos: O preço do amanhã (In time) com Justin Timberlake e Amanda Seyfried.</div>
Celehttp://www.blogger.com/profile/13929787808306768965noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2004406693894468805.post-42859912155073233352012-11-23T19:19:00.001-03:002012-11-23T19:19:09.232-03:00Raciocínio LógicoAfirmativa 1: Eu te amo<br />
Afirmativa 2: Você é a pessoa da minha vida<br />
Afirmativa 3: Tenho certeza da reciprocidade desse sentimento<br />
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Se as três afirmativas forem verdadeiras, temos, então, uma linda história de amor para contar.<br />
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Se as pessoas emissora e objeto das afirmações acima não estiverem juntas, a única conclusão possível é de que, pelo menos uma, dentre as três alternativas, não é verdadeira. Pode ser que mais de uma seja falsa. Pode ser que todas sejam falsas. Não importa(m) qual(is).<br />
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Certeza mesmo só de que houve uma mentira.<br />
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PS: Post totalmente inspirado num SMS da minha amiga REAL <a href="http://diariodos3mosqueteiros.blogspot.com.br/" target="_blank">Miriane Segalla</a>.Celehttp://www.blogger.com/profile/13929787808306768965noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2004406693894468805.post-58580424826791312122012-11-21T17:26:00.001-03:002012-11-21T17:26:26.232-03:00Quase amorQuase amor é aquilo que fica na linha tênue que divide o lado em que cada um segue sua vida normalmente e o lado em que não se pode mais viver sem. Um quase amor é aquele que, se não te liga no dia seguinte, tudo bem. Se te liga, tudo ótimo! E, quando liga, um sorriso de canto de boca surge. Um quase amor é aquele que a gente adora reencontrar, com quem a conversa flui simples e natural, com quem se divide até o pé na bunda que ainda dói. Só um quase amor é capaz de arrancar sorrisos no meio de uma história triste e de arrancar lágrimas numa gargalhada. Um quase amor faz um domingo feliz, uma noite inesquecível e muita história pra contar. Um quase amor vira doce recordação, vira filme na memória, vira post. Um quase amor faz a vida doce sem a pretensão de perenidade. Ele é inteiramente consumido no instante em que acontece. Sem futuro, sem depois, sem amanhãs, sem projetos, sem mais nada. Ele é quase, sem promessas, sem alarde, sem família.. É leve e doce como o amor deveria ser, mas não é amor. É quase. São olhos que se olham, mãos que se procuram e se encontram, são lábios que se beijam, são como no poema do Manuel Bandeira, os corpos se entendem, as almas nem se tocam. Um quase amor tinha tudo para ser amor: admiração, companheirismo, intimidade, leveza... Tinha tudo para ser só amizade. Só que prefere ficar ali no limbo do meio do caminho. Um quase amor é aquela história legal de contar: divertida, engraçada, sem mágoas, sem ressentimentos, sem culpados, sem dor. É sempre feliz o final de um quase amor.Celehttp://www.blogger.com/profile/13929787808306768965noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2004406693894468805.post-4226261608143306782012-11-13T14:40:00.001-03:002012-11-13T14:40:36.725-03:00Espírito de férias...<div dir='ltr'> <em>"Quando nos perdemos um do outro, ganhamos o direito de buscar de novo - e encontrar - um outro outro. Esse vácuo que se abre quando o outro se vai não deve ser preenchido com tristezas nem com restos de um passado que já não há. Esse espaço que o outro desocupou - até que enfim - agora é só teu. Cubra-o, portanto, de alegria, de paixões e de aventura".</em> (Edson Marques)<BR> <BR>E as férias começam em 3, 2, 1...<br><BR> </div>Celehttp://www.blogger.com/profile/13929787808306768965noreply@blogger.com1