segunda-feira, 29 de outubro de 2012

"I don't want this feeling to go away..."

Ainda bem que existe sempre um outro dia, um novo nascer do sol, uma vida inteira a esperar pela gente. Ainda bem que existe sempre alguém pra te fazer recobrar a fé na vida e a esperança de final feliz. Ainda bem que estamos vivos e com saúde para seguir em frente, para persistir na luta e para chegar ao lugar em que sempre quis estar. Ainda bem que tem gente que não desiste da gente, que teima, que insiste, que luta. Ainda bem que essa fé que me move pra frente não sai de dentro de mim. Ainda bem que alguém segura minha mão, seca minhas lágrimas, arranca sorrisos sinceros. Ainda bem que eu não desisto de mim. Ainda bem que eu não me adapto ao buraco escuro do fundo do poço e luto com toda minha força de vontade para sair de dentro dele e consigo! Vejam só: eu sempre consigo!
 
A vida é boa.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

De repente...

Ela poderia ter passado o resto da vida exatamente ali, esparramada na autopiedade. Lustrando as lembranças difíceis com zelo de quem guarda relíquias. Fazendo contas para medir o amor que ofereceu e o amor recebido. Atualizando todo dia a estatística das perdas e insucessos vividos. Esmiuçando, incansável, a história de cada traição sofrida. Envenenando-se com a substância tóxica da culpa. Morrendo de fome, com recursos para banquete, o medo desmatando lentamente territórios arborizados da alma, secando rios de delícias, amordaçando passarinhos, desmentindo flores.
 
Ela poderia ter passado o resto da vida exatamente ali, esparramada na autopiedade. Onde não corria vento, onde não batia sol, onde toda muda de alegria morria desidratada, onde só brotava pé de mágoa. Poderia, não porque ali fosse lugar aprazível, mas porque ali lhe parecia seguro. As insatisfações organizadamente acomodadas, os culpados escolhidos, as desculpas em dia, a escuta blindada para não ver o quanto o cansaço de toda aquela insipidez embotava o viço dos passos. Desmanchava estrelas. Esgarçava devagarinho o frágil tecido da paz. Ali, era mais fácil não arriscar movimento. Ali, era mais fácil esquecer que podia fazer escolhas. Ali, era mais fácil esquecer-se.
 
Mas a alma, sábia e habilidosa bordadeira de pretextos, quando encontrou brecha, arrumou um jeito de alumiar aquele lugar. Foi então que ela conseguiu enxergar exatamente onde estava com nitidez reveladora e também desconcertante. Fazia tempo, desconhecia o paradeiro do brilho dos seus olhos sem ter feito nenhum movimento para trazê-lo de volta. Estava profundamente infeliz e agiu durante temporadas como se isso não lhe dissesse respeito. Não fazia ideia da vez mais recente em que experimentara satisfação autêntica e até aquele momento sequer havia notado. Deu tanto poder aos outros para interferirem na sua alegria que esvaziara o próprio até a exaustão. Afastou-se tanto do coração e do seu desejo que encolhera-se, inerte, diante de cada golpe sofrido sem contar com a própria proteção. Esforçou-se de tal forma para se tornar interessante para o outro, que perdera o interesse por si mesma. Os sucessivos desapontamentos tentaram lhe dizer que não era merecedora de coisas que faziam toda diferença, e ela acreditou.
 
Na clareza que liberta, ao lembrar ser capaz de fazer escolhas pela própria vida, escolheu sair daquele lugar, passo a passo, gentileza a gentileza, no tempo que fosse necessário. Agora, poderia contar de novo consigo mesma. Renovar, gesto a gesto, o compromisso com o próprio coração. Sentir-se responsável pela própria felicidade com a confiança de quem recorda o que realmente mais lhe importa. E com uma vontade toda nova de, primeiro, desfrutar a dádiva da própria lindeza e do próprio amor.
 
(Ana Jácomo)

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Cansei

Cansei de me colocar em frente à porta, tentando impedir que você saísse. De que adianta eu te prender aqui se há muito você não quer ficar? E, ainda que ficasse, de que valeria sua presença se o seu coração quisesse estar lá fora? Cansei de ficar murmurando seu nome para não deixar você sair de dentro de mim. De que adianta eu continuar revirando o passado e as lembranças se não há mais futuro para nós? Cansei de ficar desenhando um conto de fadas, um final feliz de comédia romântica, o espetáculo de amor que justificaria minha vida e minha dor. De que adianta essa esperança inútil que teima em me fazer criar expectativas absurdas e incompatíveis com sua personalidade?  Cansei de tentar te convencer de que somos o melhor um para o outro, de que somos mais fortes quando estamos juntos, de que somos incríveis. De que adianta eu acreditar nisso sozinha? Quem ama definitivamente não precisa ser convencido disso! Cansei de esperar pela entrega, por atitudes, por convicção. Cansei de derramar todas as lágrimas que existem dentro do meu coração. Cansei desse sofrimento todo. Cansei.
 
Drumond disse uma vez que a dor era inevitável. E, sim, ela é. A vida mesmo se encarrega de jogar a gente em fundos de poços, em becos sem saídas. A vida, com suas artimanhas e traiçoeiras redes de eventos, faz com que doa. O sofrimento não. A gente é que alimenta, elastece, prolonga. Somos nós que escolhemos sofrer e pelo tempo que quisermos. Eu não vou ficar num lugar desses por opção. Eu não quero mais sofrimento. Nunca mais. Já fiquei tempo demais nesse lugar. Cansei da posta-restante e não tenho mais milênios e milênios para esperar. Cansei de ficar na esquina esperando você vir me buscar no ponto em que me disse adeus. Cansei dessa torre de castelo, onde a princesa espera por um príncipe que não chega nunca. Cansei de ficar olhando para atrás achando que o que eu perdi é o melhor que poderia me acontecer. Cansei.
 
A vida que se leva é decorrência direta das nossas escolhas. Há muito tempo eu escolhi você. Agora eu decido que não mais. Cansei.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Mais uma vez

É normal ter medo. Diante do novo, diante do desconhecido, depois de ter sofrido, depois de algumas portas na cara, depois de muitos nãos; qualquer um treme nas bases. Diante da possibilidade inteiramente nova, diante de algo antigo que você gostaria que fosse diferente, diante da primeira vez, diante de uma segunda chance, é natural ter medo. É instinto de sobrevivência, é autopreservação. Cada um se protege como pode, cada um tenta ao máximo cuidar de si e evita se machucar profundo. É claro que é normal ter medo.
 
O que não dá, o que não cabe, o que não é saudável, o que é triste é quando o medo paralisa a vida, o amor, a felicidade. Tudo ali escancarado à sua frente, esperando o salto e não. Analisando as possibilidades, pode dar tudo errado e terminar estraçalhado por dentro, mas também pode ser que na queda livre surjam asas e um longo voo e a sensação de plenitude. Não pular, não arriscar, não sentir é não viver. Eu fecho os olhos, respiro fundo e dou o passo para cair no precipício.

 

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Detalhes

Há quem não saiba o poder de um "até amanhã", mas, para mim, é a melodia que diz que a doçura da vida terá continuidade.
Há quem não saiba o poder das mãos dadas, mas, para mim, é o sintoma de que os corações estão enlaçados.
Há quem não saiba o poder de um beijo roubado com a mão segurando a nuca, mas, para mim, é o impulso do coração em atitude e a certeza de não querer correr risco de perder.
Há quem não saiba, mas, para mim, o mais importante é sempre o que transparece em detalhes.
Fim.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Quem não quer um final feliz?

Parece bobo e até juvenil (ultimamente tenho me achado muito juvenil), mas quem não quer um final feliz? Parecido com aqueles das comédias românticas... Parecido com aquilo que a gente foi acostumada a ver nos filmes, em que mocinhos se apaixonam por mocinhas e eles até sofrem um pouquinho até se entenderem, mas depois tudo dá certo no final e eles casam e são felizes... Quem não procura uma história de amor dessas em que não cabe dúvida, não cabe medo, não cabe titubear, não cabe mais ninguém? Quem não quer sentir as borboletas na barriga de novo?
 
Para quem passou por tanta dor, para quem perdeu o rumo, o final feliz é mais que uma promessa ou esperança, é uma recompensa! Sim, porque quem sofre muito, quem passa por maus bocados, quem come o pão que o diabo amassou, acaba achando que, em algum lugar, onde essas coisas da vida são decididas e controladas, há de ter alguém que está assistindo tudo e que, num determinado momento, diz: "pronto, chegou a hora de deixar ela ser feliz e mais nada".
 
É ridículo, eu sei. Como eu disse, tenho andado muito juvenil. As coisas não são lógicas ou matemáticas assim. E, esses dias, eu vi uma frase no facebook de uma querida conhecida, ela dizia: "Talvez o meu final feliz seja só seguir em frente". Talvez o meu também.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

I'm the queen of starting over, you can put the crown on me

p


I know the feeling you lost your way
feel second hand and broken
hope, blown away
feel so fine
can't sing no more
baby believe me you will rise again
stronger than before


said I'm the queen of starting over
you can put the crown on me
said I'm the queen of starting over
take your life where you want it to be
and make it happen
And in every life
little rain must fall
there ain't nothing perfect
child dont put yourself on hold
the earth is turning
and it will turn again
I can tell you because it happend to me girl
the world don't end

Said I'm the queen of starting over
you can put the crown on me
yes you can
said I'm the queen of starting over
take your life where you want it to be
and make it happen

I remember the first mistake I made
nobody could save me, save me, no
nobody don't let you down easy
think the pain will never let go
well love it ain't always what it seems to be

I know the feeling you lost your way
feel second hand and broken
oh blown away

said I'm the queen of starting over
you can put the crown on me
said I'm the queen of moving on
take your life where you want it to be
said I'm the queen of starting over
you can put the crown on me
said I'm the queen of starting over
take your life where you want it to be and make it happen
you can make it
you can make it
you can make it happen child

terça-feira, 2 de outubro de 2012

A importância das atitudes

Na vida, o que conta são as atitudes. Não adianta pregar para os quatro ventos que você sente isso ou aquilo, que você é assim ou assado. O que conta mesmo é o que se faz e como se faz. Nas suas ações é que transparece o que você é e o que você sente. Não adianta falar, falar, falar e não agir de acordo. Não adianta espernear, chorar, afirmar, reafirmar, repetir, dar piti para quem estiver ao redor ver, querendo provar aos gritos aquilo que não conseguiu demonstrar em atos. As pessoas só acreditam se as atitudes são condizentes com as palavras. O outro só entende o que é dito se houver uma ação correspondente.
 
Quem acredita sem ter prova ou fato que corrobore o que é dito, quem acredita sem questionamento algum é quem tem fé. E eu acredito na fé de todo mundo, respeito as variadas concepções religiosas profetizadas por aí. Porém, a fé deve se limitar às igrejas e aos recantos teístas. No dia a dia, na vida real, num relacionamento, as histórias não se desenvolvem baseadas em fé. Elas se desenvolvem baseadas em CONFIANÇA, que é outra coisa. Confiança precisa de prova, precisa de história, precisa de experiência e de fatos. Confiança é construção, trabalho diuturno, ininterrupto. E aí, tendo dezenas de fatos que provam o contrário, atitudes que não condizem em nada com que é dito, histórias cuja conclusão não se liga com os fundamentos; é simplesmente impossível confiar. Vira uma questão de ter fé ou não.
 
Para mim, um relacionamento baseado em fé tende a desmoronar. É possível que se fique junto por um tempo, na esperança - última a morrer - de que as provas surjam e rompam a barreira da passividade, da omissão. Uma hora, a vida cobra atitude. Uma hora, é preciso se posicionar. Uma hora, é imperativo tomar uma decisão. Uma hora, é preciso se indispor com uns para mostrar aos outros o que se quer, o que se é, em que se crê, o que se sente. Não adianta. A vida é feito de afetos e desafetos, de ações e de omissões, de alegrias e tristezas, de surpresas e de mágoas. É preciso escolher, decidir e se posicionar a respeito. Suas atitudes e suas omissões dizem muito mais do que se pode imaginar.
 
Eu sei que tem gente que a gente não faz a menor questão de convencer, mas existem pessoas que merecem respeito, todo afeto e toda atenção. Para estas, eu gasto tempo com palavras, mas também com atitudes.